Um amor que vence preconceitos
Tudo começou por causa de um coração partido. Jéferson Junqueira era o dono desse coração.
Ele largou um bom emprego, passou a beber e a usar drogas para tentar esquecer a sua dor, as coisas ficaram sem controle e ele decidiu ir embora da sua cidade natal para preservar a família do sofrimento.
Percorreu muitas cidades, morava no banco das praças, tomava banho aonde era bem recebido e se alimentava graças à bondade de estranhos.
Até que um dia, Jéferson chegou a São Sebastião, onde a sua vida mudou completamente.
Ele estava na Praça do Coreto junto com outros moradores de rua e ficou sabendo que na Câmara Municipal serviam um bom cafezinho. Lá, ele conheceu a Euzimara, funcionária pública, que trabalha na Copa.
A Euzimara conta que na hora em que o viu teve um forte sentimento de que Jéferson não era um estranho, mas sim alguém que já conhecia há muito tempo.
Na época ela era casada, mas estava infeliz, permanecia no casamento por causa dos filhos.
Quando Jeférson chegou para tomar café, ela estava lendo a bíblia, ele se interessou, começaram a conversar. Eles passaram a se encontrar toda tarde, na Praça Coreto.
Euzimara conta que achava fácil abrir o seu coração para Jéferson já que sabia que um dia ele iria embora.
Com o tempo a amizade se transformou em um forte sentimento. Por ser casada, Mara pediu que Jéferson se afastasse. “Ele morava na rua, bebia e parecia ter sido o diabo que tinha surgido para complicar ainda mais a minha vida, que já estava muito ruim”, lembra.
Jéferson atendeu ao pedido de Elzimara e desapareceu por dois anos. Neste tempo, após mais uma tentativa frustrada, Mara decidiu terminar o casamento. Já fazia três meses que estava separada, quando uma amiga veio dar a notícia de que Jeferson havia reaparecido. “Prepare-se você vai encontrar um novo homem, bem diferente daquele que você se lembra”, conta Mara.
A emoção foi tão grande que, ao recordar deste momento, os olhos de Mara ainda enchem de lágrimas. “Ele estava bem arrumado, bonito, mais gordo e contou que no tempo em que esteve longe tinha se internado para se livrar do vício do álcool e das drogas”.
As palavras de Jéferson ainda estão vívidas na memória de Euzimara: “Precisava me tratar para ser o homem que você merece. Nesses dois anos, você foi a minha força. Sempre pedi pela sua felicidade e dizia que, se fosse para ficarmos juntos, que Deus guardasse você para mim”.
Jéferson alugou um quartinho e seis mendigos foram atrás dele em busca de ajuda. Com apoio de uma assistente social ele conseguiu arrumar a documentação necessária e alugar uma casa. Pessoas que o conheceram antes abraçaram sua causa e começaram a ajudar, e o trabalho foi crescendo.
Apesar de no início a família ter estranhado a decisão de Mara de se unir a um morador de rua, o casal está junto há 17 anos.
Há 7 anos, Jéferson fundou a Associação Terapêutica Vida Nova, que atende no bairro da Enseada (Avenida Dario Leite Carrijo, 360), na costa norte de São Sebastião, e hoje abriga 19 homens, que estão internados para se tratar do vício em álcool e drogas.
Apesar da entidade ser reconhecida como de utilidade pública, hoje está sem nenhum convênio oficial, e recebe ajuda das equipes de Saúde quando se trata de emergência.
Para manter a Clínica, os dois precisam de doações. “Não rejeitamos ninguém. Jeferson acha que tem obrigação de ajudar quem precisa, pois entende que teve uma segunda chance na vida. Às vezes precisamos tirar o dinheiro para comida e material de higiene do próprio bolso”, conta.
Para agravar a situação, por falta de dinheiro para o aluguel, a Associação Terapêutica Vida Nova pode ser obrigada a deixar o local onde está situada.
Poucas pessoas têm tanto caráter quanto esse casal, os dois são pessoas honestas, simples e com muita disposição para fazer o bem.
Eles merecem a sua ajuda.
Jefferson e Euzimara foram unidos pela vida. Um exemplo de que o amor é capaz de transformar o ser humano!
Se você quiser ajudar o casal Jeférson e Euzimara com doações, entre em contato com o Econews por e-mail: ecobus@ibl.com.br ou ligue para 0800 77 10 507, sua linha direta com o transporte.