Eu estava jantando com a minha família quando surgiu uma
conversa sobre a programação de fim de ano.
– O que nós vamos
fazer? Perguntei.
É bem certo que muitas famílias devem estar se perguntando a
mesma coisa.
Nessa época, eu não sei você, mas eu sempre fico com vontade
de fazer algo diferente. Viajar sempre me parece à melhor opção, mas aonde ir
sem precisar enfrentar trânsito e preços acima da tabela?
Estávamos justamente
nesse ponto da conversa quando eu comentei com eles que toparia qualquer
destino, menos ir para o sítio.
- A última vez em que passeio o réveillon no sítio eu me
senti triste, isolada do mundo, fiquei olhando os fogos de artifícios
estourando bem longe de onde eu estava e jurei que essa data eu sempre passaria
perto do mar.
Todos na mesa me olharam com cara de espanto.
- Como assim? Quer dizer que se um dia você tomar um caldo
em uma onda não volta mais à praia?
- Se der uma topada na mesa de um restaurante, não volta
mais aquele lugar?
Os meus filhos, de 13 e 15 anos, e o meu marido me bombardearam com essas
perguntas e eu, tentando manter a calma, respondia que não, talvez, sim...
Até que a minha menina olhou bem para mim e, com o jeito
impaciente, típico da adolescência, sentenciou:
- Mãe, chega de mimimi...
Eu não agüentei e comecei a rir. Porque, de repente, percebi
que eles tinham razão.
Por medo de sofrer, eu tinha decido me apoiar nas lembranças
do passado, o que sempre é uma bobagem porque as coisas nunca voltam a ser como
antes.
Hoje, por exemplo,
não seria nada mal estar no sítio, olhando a noite cheia de estrelas e o brilho
dos fogos de artifícios. Sinto uma imensa paz quando imagino esse cenário.
Não é o lugar que define as emoções, mas a pessoa que somos
quando estamos lá.
É bom ter pessoas ao nosso lado que nos fazem lembrar isso.
adorei...
ResponderExcluirNossa família é nosso esteio... devemos sempre recorrer a sabedoria que cada um traz dentro de si... e não existe idade para isso!
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