Embaixo da cama está tudo limpo, não encontrei nenhuma bomba
ou outro objeto misterioso. No armário só roupas, nada de monstros ou fantasmas.
Fios da TV e abajures em perfeito estado, sem risco de curto circuito.
Eu acho que estou segura aqui. É que depois de tanta
urucubaca a gente fica esperta.
E na hora que relaxei, adivinhei? Corri para escrever no blog.
Há 4 dias eu estou longe da telinha do computador e estava
com saudades. A parada foi obrigatória, fui tirada de combate por uma tripla
aliança de forças malignas: dengue, infecção renal e cisto no ovário.
Desde então, eu tenho revisto os meus passos. Eu já tentei
lembrar, por exemplo, se pisei em alguma macumbinha enquanto caminhava na areia
da Praia do Arrastão.
Eu sempre vou lá depois dos fogos da virada do ano para pular
as 7 ondinhas e fazer os pedidos a Iemanjá, entre tantos, tenho certeza que
pedi saúde.
Vai ver a macumbinha foi mais forte do que os meus pulinhos,
devia ter me jogado no mar, de roupa e tudo, mas quem tem coragem de fazer isso
com aquela água tão suja?
Será que foi isso? Iemanjá, esperta como é, leu os meus
pensamentos e me castigou? Quem manda pensar mal da casa dos outros!
Se foi isso, nada adianta lamentar. Ainda mais porque estou
aqui no meu quarto, quase pronta para a próxima.
Enquanto estive internada eu recebi muitas mensagens e amei
todas elas. Alguns torcendo pela minha recuperação, outros alertando que às
vezes é importante desacelerar e alguns dizendo que estava acontecendo tudo junto
para o resto do ano ser maravilhoso.
Espero de coração que todas as alternativas estejam
corretas.
De qualquer forma, vou caminhar mais devagar, olhando com
atenção por onde eu passo.
Nesse exato momento, tenho uma única preocupação: beber 3
litros de água por dia.
Estou quase me afogando, rsrsrs. Salve, Iemanjá!
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