Eu não sou religiosa, sou muito indisciplinada e preguiçosa
para isso. Rezar todos os dias, comparecer as missas e, se for de manhã, pior.
Adora acordar tarde.
Depois de confessar os meus “pecados” a você, explico que
isso não significa falta de fé, em absoluto.
Eu acredito em Deus ou seja lá como é chamada em outras
religiosas a força superior que move montanhas e faz surgir as ondas e nos dá
energia para continuar em frente quando tudo perde o sentido.
Eu chamo de Deus, Pai, Todo Poderoso. Foi assim que aprendi
quando era pequena e faz sentido para mim.
Aliás, na infância eu era frequentadora assídua das missas
da Igreja do Pontal da Cruz. Adorava o ritual, participava das leituras e
cantava todas as músicas. Aonde quer que eu fosse, cantarolava as melodias
religiosas.
Essa prática nem sempre era bem recebida pela minha família.
Além da minha total falta de talento musical, os meus pais nunca foram
frequentadores da igreja.
O gosto musical do meu pai eram os sambas e as melodias românticas.
Na boêmia, na roda de amigos, ele renovava sua energia, fortalecia o espírito.
Na alegria de viver renova sua fé. Ainda hoje é assim.
Já a minha mãe, que sempre teve um gosto musical mais
clássico e diversificado, com dezenas de disco em vinil, de Elvis aos Mutantes,
mas o seu momento especial era dedicado à leitura. Ela passava as madrugadas
lendo.
Posso dizer que encontrava a paz nas palavras. A força das
histórias a inspirava continuar em frente, acreditando em dias melhores. Lendo,
ela se renovava.
Cada um a seu jeito, mas eles me mostraram o caminho da fé.
Eu fui batizada na igreja católica, fiz a catequese, 1ª comunhão e casei na
igreja católica.
Na última quarta-feira, dia 1º de maio, após almoçar no
Atobá, resolvi fazer uma pausa na Igreja Matriz e para minha surpresa estava
começando uma missa.
Decidi ficar para ouvir o padre Sérgio, já tinha ouvido
falar do seu dom para oratória e estava curiosa. Nesse dia, ele falou sobre a
importância de continuar em frente e não desistir, mesmo que a escuridão cegue
os nossos olhos.
Ele explicou que Deus também age por meio da dor, para
lapidar e fortalecer o espírito.
“O galho seco ele arranca e joga fora, o galho bom ele poda.
Você acha que a árvore gosta de ser podada? Que isso não dói? Mas, ela sabe que
depois disso nascerão galhos mais fortes”, disse mais ou menos assim.
Também falou do quanto é difícil para o ser humano aceitar
esse momento de dor, que a maioria se afasta revoltada.
– Porque Deus fez isso comigo? Eu pedi tanto, vim na missa
todos os domingos, dei o dízimo.
E o padre respondeu:
- Você pensa que Deus é o seu empregado?
“Ele sempre está certo porque consegue ver além de tudo, lá
na frente. O que você pede muitas vezes não vai te fazer tão feliz quanto à
promessa Dele na sua vida”.
Eu fiquei emocionada e, apesar de não ter ficado até o final
da missa, foi o bastante para eu sair dali com o coração mais leve.
Percebi que preciso ser paciente e ter humildade para
aceitar que não tenho o controle sobre todas as coisas. Praticar a fé. Para alguns é fácil, mas para mim é uma prova
e tanto.
Estou enferrujada. Sinto dor na hora de ajoelhar e me sinto
cansada quando fico em pé para ouvir o sermão, mas vou começar aos pouquinhos a
praticar o exercício da fé.
Antes tarde do que mais tarde.
Oiio Dani
ResponderExcluirQue coisa boa! Eu também voltei pra igreja há pouco tempo e o que mais amei foi que encontrei uma alegria que nunca senti antes. Um tipo de certeza, de contentamento, de graça e de abraço.
Que Deus te ilumine e acompanhe ♥
bjo