AMÉRICA DO SUL
Brasil - São Paulo
A ditadura, sem dúvida, é um dos nossos maiores erros.
A falta de participação nas discussões sobre o rumo do país, fomentada pela total falta de fé nos nossos governantes, transformou os brasileiros em uma massa de manobra a tal ponto que ignoraram o que estava por trás de tudo isso: o golpe militar.
É importante que os adolescentes participem do processo democrático e questionem mesmo as estruturas de poder.
O que foi um modelo de sucesso no passado já não serve mais. Tudo mudou e a política precisa acompanhar essa mudança.
Neste ano, a ditadura militar no Brasil completou 50 anos. Pouco tempo, não é? Mas, muitos jovens sequer ouviram falar sobre um dos períodos mais violentos do país.
Eu levei os meus filhos para conhecerem o Memorial da Resistência de São Paulo, localizado na Estação Pinacoteca, antigo edifício/ sede do Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social).
O prédio do Memorial é um projeto de Ramos de Azevedo e foi inaugurado em 1914 para abrigar a administração da Estrada de Ferro Sorocabana e depois, em 1939, foi reformado para servir ao Deops.
Na entrada, é possível assistir a um vídeo com depoimentos de ex- presos políticos, representados por artistas contam como foram capturados e mortos. Mostra alguns jovens, que participaram de movimentos estudantis, como os grêmios.
Também tem uma parede repleta de fotos de pessoas que foram mortas ou ainda estão desaparecidas. Entre elas, estão o estudante Stuart Angel, a sua esposa Sônia e a mãe dele, a estilista Zuzu Angel.
Também é possível seguir uma linha do tempo que narra os principais fatos políticos, resgatando os momentos de repressão e resistência. Uma carta da filha do ex- deputado federal, Rubens Paiva, Eliana, narra o horror que passou ao saber da prisão do pai e os momentos de medo que enfrentou no dia seguinte, quando foi levada presa, encapuzada, junto com sua mãe, para o DOI-Codi.
Durante a visita, também é possível conhecer quatro celas usadas durante a ditadura e o lugar onde os presos tomavam sol.
No local, a caminhada é seguida pelo som dramático do abrir e fechar das celas, com o tempo regrado pelo barulho do trem que passava ao lado, mas, em especial, pelo tempo da resistência que se apoiava nos ecos vindos das manifestações de apoio externas a essas paredes.
Na terceira é feita uma reconstituição, segundo lembranças dos ex- presos políticos.
Há muitas histórias perdidas e famílias ainda sem respostas no Brasil.
Neste ano, quando acontecerão as eleições presidenciais, para deputados estadual e federal e senadores é importante que os jovens conheçam esse passado para que possam valorizar a liberdade que tem hoje para escolher os seus governantes.
O voto é uma conquista, muitos morreram pelo nosso direito de ir às urnas. Cabe nós honrar essa história.
Serviço:
Estação
Pinacoteca: Largo General Osório, 66 – Luz
www.memorialdaresistenciasp.org.br
Entrada Gratuita de terça a domingo, das 10h às 17h30
Ação Educativa:
Informações e Agendamento: Tel: (11) 3324.0943/ 0944
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