Nem todo
mundo tem a graça de nascer, viver e morrer junto à mesma família.
Aliás, o
conceito de família é amplo e para alguns não significa conviver com o pai, a
mãe, irmãos, tios e avós.
Isso é
compreensível porque não escolhemos a família em que nascemos. Apenas acontece.
Abrimos os olhos e estamos cercados de pessoas a quem devemos amar.
Devemos?
Desde quando o amor é um dever?
E, ao longo
da vida, tem gente que se sente como um tomate, que pertence à família dos
frutos, mas em seu íntimo sabe que é e para sempre será um legume.
Até que um
belo dia o tomate resolve pular do cesto e, apesar de alguns machucados
inevitáveis, sai à procura de pessoas a quem amar.
Ô exemplo
estranho esse, não é?
Comigo foi
mais fácil, eu tive a boa sorte de nascer em uma família amorosa e com a qual
eu estou presa por laços de afeto.
Mas, há
cerca de um mês, a descoberta de novos integrantes mexeu com a minha família e
nos tirou da zona de conforto.
O encontro aconteceu
graças ao facebook, foi através desta rede de contatos que a minha prima descobriu
que a minha mãe tinha um novo irmão, de apenas 32 anos, chamado Valério.
A princípio
duvidamos de que isso fosse verdade, ficamos ressabiados. Durante todos
esses anos nunca tivemos uma pista da existência dele. Nada poderia nos
preparar para isso.
Mas,
conhecendo um pouco da história do meu avô e vendo a fotografia daquele que se
apresentava como o meu novo tio, aos poucos fomos deixando as reservas de lado.
O meu avô
estava separado da minha avó quando o meu novo tio nasceu. Na época, ele já estava
no segundo casamento e tinha outro filho chamado Valério.
Isso mesmo,
os dois filhos do meu avô tem o mesmo nome: Valério.
Em
homenagem a quem: ao meu avô. Que se chama? Valério.
Não demorou
muito e marcamos um encontro. Os dias que se seguiram foram um misto de emoção
e medo. Como seria reunir todos os irmãos na mesma casa?
E quando o
dia do encontro chegou o meu novo tio Valério chegou à casa da minha mãe com a
esposa Cecília e a filhinha recém- nascida, a Hana.
O meu outro
tio Valério também veio com a esposa Lisa, de Santa Catarina.
A minha mãe
e as suas irmãs Ligia e Rosa estavam esperando com um sorriso largo e coração
desarmado, em segundos todos se abraçaram.
O tempo
passado deixou de importar, estavam ali para se conhecerem e se amarem.
Esse sentimento
contagiou a todos e compartilhamos o que há de melhor em nós, deixando o passado
onde ele deve ficar: no passado.
Depois
disso já nos encontramos outra vez e o prazer em estar junto é o mesmo. Outro
dia a minha mãe comentou:
- Parece
que já conheço o meu novo irmão há muito tempo.
Dele eu
ouvi a seguinte frase:
- Estar com
vocês é uma alegria.
Uma vez eu
ouvi que a vida não é justa.
Se a gente pensar
que esses irmãos perderam 32 anos de convivência...
Mas, também
sei que a vida exige da gente um pouco de coragem e às vezes um pouco mais.
E nada
exige mais coragem do que abrir o coração e deixar o amor entrar.
Sejam bem-
vindos, tio Valério, Cecília e Hana à nossa família e aos nossos corações.
Muito obrigado por compartilhar essa história incrível sobre nosso encontro, fiquei realmente tocado.“Suas palavras significam muito para mim, obrigado por escrever algo tão especial.
ResponderExcluirHoje já se passou 9 anos desde que encontrei todos da família e posso dizer com todas palavras.
Amo muito todos vocês! ❤️