São Sebastião - SP
Bairro São Francisco
A vida é como um tear, um constante vai e vem de fios, que a princípio parece uma total desordem, mas conforme o tempo passa e vai surgindo a forma é possível compreender que tudo, enfim, tem uma razão de ser.
A cada novo ponto, uma nova história.
Eu acordei pensando sobre isso e eu lembrei uma passagem da minha vida, quando era criança e morava no bairro do Pontal da Cruz.
Para dar medo em nós ou por ser verdade, vai saber..., eles nos contavam que ouviam barulhos de correntes e gemidos de dor. Nós morríamos de medo, mas não arredávamos o pé dali.
O portão estava fechado, mas pedi autorização para um rapaz que estava com uma criança pequena e ele liberou a minha passagem.
- Oi Dani,
você por aqui? Quanto tempo..., que tal uma xícara de café?
Mas, isso
não aconteceu. De alguma forma, eu me senti um pouco intrusa. Apressei o passo,
antes que alguém aparecesse e me impedisse de seguir adiante. Estacionei em
uma sombra, olhei apressada ao redor e fui em direção às mangueiras.
- Quem
deixou você entrar?
- Por isso,
eu vim aqui hoje. Posso ficar mais um pouco?
Ele sorriu
como se o que eu falasse fizesse todo sentido e de repente eu pensei se outras
pessoas já tinham estado lá e contado a mesma historia que a minha.
- Você é do
Bem, disse o homem.
Ele seguiu
em frente e logo desapareceu da minha vista, me deixando novamente sozinha com o
meu passado e as minhas boas recordações. PS: Dedico esse texto, aos meus amigos do Pontal da Cruz.
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