Por alguns dias, eu fiquei hospedada na casa da minha irmã caçula, mãe do Felipe, meu sobrinho, de 5 anos, uma criança esperta, que adora brincar.
Com dois filhos adolescentes, faz tempo que eu não via um quarto com tantos brinquedos.
E não deu outra: logo tive a ideia de propor a ele que juntos arrumássemos o quarto, separando os brinquedos para doação e aqueles que voltariam para as prateleiras.
Ele topou na hora.
Na 1ª Etapa, nós dois tivemos uma conversa bem objetiva, na medida do que é possível com um menino super ativo.
- O que você
quer mudar no seu quarto?
Resposta:
Quero os meus brinquedos preferidos em um lugar onde eu possa pegar.
- Você tem uma cor favorita?
Resposta: Quero tudo colorido.
Você que está lendo, deve estar fazendo aquela cara Ó... (de quem não acredita).
Mas, experimente perguntar para o seu filho o que ele quer e poderá se surpreender. Foi o que aconteceu comigo.
A 2ª etapa foi sair à procura de organizadores para guardar os brinquedos.
Claro, que antes de sair à procura de organizadores, eu dei uma olhada nos tipos de brinquedos, observando a quantidade e o tamanho. Também considerei o espaço do quarto.
Eu percebi que o Felipe possuía brinquedos muito diversificados: carrinhos, bonequinhos, bolinhas, roupas de super heróis, Playmobil, infinito e além... Por isso, saí à procura de caixas médias para separar por itens.
Os preços das caixas com tampa não estavam atrativos e decidi usar a criatividade. Eu optei por alguns cestos super coloridos, flexíveis e com alças, assim o Felipe pode carregar pela casa.
Eu procurei aquelas sapateiras antigas, de colocar atrás da porta, ótima para guardar brinquedos pequenos e utensílios como lápis e canetinha, mas não encontrei.
A 3ª etapa foi separar os brinquedos para doação daqueles que voltariam para a prateleira.
Eu fiz pequenos montinhos de brinquedos para que o Felipe não desanimasse ao ver uma grande quantidade de coisas e dei a ele dois baldinhos.
- Neste azul você coloca aquilo que vai guardar. No amarelo, você coloca aquilo que vai doar.
O pote azul
ficou cheio rapidinho...
- Tia, me
dá outro pote?
Momento
reflexão...
- Tá vendo,
Felipe, quantas coisas você tem. Nem cabe mais no potinho. Fique atento na hora
de comprar mais brinquedos, pensea antes se você precisa mesmo. O trabalho continuou por algumas horas. Antes de separar qualquer coisa, eu perguntava:
- E esse:
você vai guardar ou vai doar?
É preciso
respeitar a opinião da criança, os brinquedos são dela, certo? Eu odiaria que alguém entrasse no meu quarto e doasse as minhas coisas sem a minha permissão. Respeito não tem idade.
Toda vez que ele queria sair do quarto, antes me dizia bem sério: - Espera eu voltar para continuar separando as coisas, heim?
Eu
esperava...
O mais
bacana era quando ele encontrava um brinquedo que não via há muito tempo. O
Felipe ficava todo feliz e saia para mostrar para todo mundo. – Olha só o que
eu encontrei!
Eu
esperava...
A 4ª etapa
foi guardar os brinquedos no lugar correto. Dessa vez, eu pedi para ele sair
porque queria fazer uma surpresa. Os objetos menores foram separados por itens e guardados nos organizadores: carrinhos, bonequinhos e Playmobil colocados em um lugar onde ele pudesse pegar e depois guardar.
Da mesma forma, na prateleira de baixo ficaram os brinquedos de porte grande e médio, aqueles que ele mais brinca. Na prateleira de cima, os brinquedos maiores e mais bonitos.
Afinal, o quarto além de organizado também precisa ficar bonito.
Sem tantas coisas, eu pude mudar alguns móveis de lugar para tornar o espaço maior e ainda sobrou um cantinho para colocar uma mesinha para estudo, com abajur. “O Escritório do Felipe”. Super simples, mas ele adorou.
Quando tudo ficou pronto, eu fiz um suspense e o chamei para ver o novo quarto. Gente, o sorriso sincero no rosto dele já me disse tudo. O Felipe correu na minha direção, abraçou as minhas pernas e me deu um beijo no rosto.
Estávamos
quites.
Nós estamos
perto do Natal e eu acho que é uma época muito oportuna para fazer uma arrumação
no quarto das crianças para separar alguns brinquedos para doação. Além disso, é a oportunidade para despertar nos filhos sobre a importância do consumo consciente e também que devemos ser solidários com as outras pessoas.
As crianças aprendem mais rápido com os exemplos dados pelos adultos do que com palavras.
Dá trabalho? Ô se dá. É preciso acompanhar o ritmo delas, mas é só colocar um pouco de amor que dá tudo certo.
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