Europa
Bratislava - Eslováquia
Nós
chegamos a Bratislava, capital e principal cidade da Eslováquia, em um dia frio
e chuvoso e a primeira impressão não foi das melhores.
Para quem
nunca ouviu falar em Bratislava, a cidade está situada junto da fronteira com a
Áustria e a Hungria, no meio dela passa o rio Danúbio.
O primeiro
assentamento neste território começou cerca de 5000 a.C. A cidade já teve
vários nomes e, no século X, conhecida como Pressburg tornou-se parte da Hungria.
Pressburg
floresceu durante o século XVIII, no reinado de Maria Teresa da Áustria e tornou-se
o maior e mais importante centro no território das atuais Eslováquia e Hungria.
Depois da
Primeira Guerra, Pressburg foi incorporada à recém-criada Tchecoslováquia e o nome Bratislava começou a ser usado. A cidade
foi ocupada por tropas nazistas na Segunda
Guerra, e depois liberada pelo Exército Vermelho.
Depois que
o partido comunista tomou o poder em 1949, a cidade se tornou parte do bloco comunista.
Em 1993,
depois da queda da URSS e da divisão
da Tchecoslováquia, Bratislava se tornou a capital da República da Eslováquia.
Nós ficamos
hospedados no Hotel Saffron, onde fomos
muito bem recebidos.
Após deixar
as malas no hotel, já fomos passear na cidade. Eu confesso que neste dia fiquei com receio de
me perder e não conseguir retornar para o hotel porque é impossível ler o que
está escrito nas placas. No final,
isso acabou acontecendo mesmo e fomos salvos pelo google maps. Salve a
tecnologia!
Enquanto
caminhava, eu observei que havia muitas linhas de trem passando pelo centro da
cidade junto com o tráfego de veículos, bicicletas e pedestres. Ou seja, uma
confusão.
Uma loja
que vendia roupas de segunda mão, como um brechó, chamou a minha atenção e
decidi entrar para conhecer. Eu encontrei roupas de boa qualidade e, imagine, qualquer
peça custava apenas 1,00 euro.
Depois eu
percebi que existiam muitas lojas iguais a essa na cidade.
Durante a
caminhada, nós passamos em frente a Igreja
da Trindade (igreja rosa), onde já ocorreram concertos com vários
compositores famosos, como por exemplo Franz Liszt e Johannes Brahms. Alguns dos
eventos políticos importantes também aconteceram nesta igreja, como as declarações
de independente da Eslováquia, em 14 de
março 1939 e depois novamente em 17 de julho de 1992, quando deixou de fazer
parte do bloco comunista.
Seguindo em
direção a Prefeitura, chega-se na Primaciálne námestie, outra praça bonita,
onde está o Primaciálny Palác (atual
sede da Prefeitura) e o Centro de Informações da cidade.
Na sede da
Prefeitura, na sala de espelhos, foi onde Napoleão e o líder da dinastia
Habsburgo, Franz I, assinaram um tratado de paz após a Batalha de Austerlitz, o
Tratado de Pressburg – que estabelecia a retirada de tropas do território
austro-húngaro.
Não demorou
muito e estávamos em frente ao antigo prédio da Prefeitura de Bratislava (Stará Radnica), um complexo de três
edifícios construídos nos séculos XIV ao XV e que atualmente é sede do Museu da
Cidade de Bratislava (Múzeum mesta
Bratislavy), o mais antigo da capital eslovaca, inaugurado em 1868.
Bem próximo
está a Catedral de São Martinho, do
século 13, onde foram celebradas 19 coroações de reis, de 1563 a 1830, entre
elas a coroação da imperatriz Maria Teresa, descendente dos Habsburgos.
Bem próximo
dali estava à praça principal da cidade, chamada Hlavné Namestie. Ao redor da praça existem diversas lojas de
souvenires, além de cafés e restaurante.
Bem no
centro está a fonte mais antiga da cidade, a fonte Maximiliano, de 1572, e ao redor as construções em vários
estilos arquitetônicos, entre eles o renascentista.
Ali também
tem uma feirinha que vende artesanatos, além de ser o ponto inicial para quem
decide conhecer a cidade de trenzinho.
Quem
passeia pelo centro de Bratislava vai encontrar diversas estátuas de ferro. Elas
são atrações turísticas e muitas pessoas fazem filas para tirar fotos com as
estátuas.
A mais
famosa é Cumil, o operário. Para
vê-lo, deve-se olhar para o chão: ele sai de dentro de um bueiro, na esquina da
rua Panská com a rua Rybárska, sob uma placa que diz 'man at work' (homem
trabalhando).
Ainda na
rua Rybárska, encontra-se a estátua do feliz Schöne Nazi, que teria vivido em Bratislava no início do século 20.
Doente mental, ele se vestia sempre com trajes velhos, mas elegantes, e saudava
os passantes com seu chapéu - o que originou a pose em que foi imortalizado.
No final da
noite, nós jantamos no Restaurante Lido,
onde provei Hovädzi Gulás, uma
espécie de carne de panela acompanhada de fatias de pães branquinhos e bem
macios, acompanhada de uma cerveja local chamada Zlaty Bazante.
No dia
seguinte, planejamos passar a manhã em Bratislava e depois do almoço seguir
viagem rumo à Budapeste. Fechamos a conta no hotel e fomos até o centro da
cidade de carro. Não faça isso.
É super
complicado dirigir no centro da cidade porque a maior parte das ruas é fechada
para o tráfego de veículo. Nós passamos alguns apertos e fomos salvos graças à
simpatia dos moradores. Em um dos casos, protagonizamos uma fuga histórica. Um
dia, talvez eu conte. kkkk
Depois do
sufoco, nós caminhamos até a Cidade Velha
(Staré Mesto), onde fica a maior parte dos edifícios históricos.
Antes de
chegar a lá, nós paramos em um antigo mercadão chamado Stará Trznica, que foi o primeiro mercado coberto de Bratislava,
construído em 1910.
Estava frio
e achamos ótimo poder entrar para nos aquecer um pouco. Lá estavam vendendo
vários tipos de comidas típicas, comprei uma pizza doce (Babicka), além de
roupas e artesanatos de segunda mão.
Uma das
vendedoras nos explicou que todos estavam ali fazendo trabalho voluntário com o
objetivo de reunir dinheiro para reformar o telhado do prédio.
Lá também
conhecemos a Ana, esposa do vice- cônsul do Brasil em Bratislava que estava
vendendo artesanatos para ajudar a população da Ucrânia. Ela falava um pouco em
português e foi divertido encontrar alguém que conhecesse um pouco da nossa
cultura. Compramos alguns copinhos de cachaça para ajudar na causa.
Novamente
seguimos para a praça principal Hlavné
Namestie , que dessa vez estava cheia de turistas, aproveitamos para tirar
fotos ao lado da estátua de um soldado de Napoleão descansando apoiado em um dos
bancos da praça. Obra é de autoria do artirta eslovaco Juraj Meliš, 1997.
Seguindo o
fluxo passando pela ponte mais antiga da cidade, atravessamos o Portão de São Miguel (Michalská brána),
que ainda contém sua torre de 51 metros
de altura e 7 andares conservada.
No topo da
torre está e no topo está a estátua do arcanjo Miguel matando um dragão, e que
dá nome a este portão. Antigamente para chegar ao portão era preciso atravessar
uma ponte elevadiça, mas hoje já foi construída uma passarela.
Ali, bem
embaixo do arco fica o ponto zero da cidade, um círculo que mostra as distâncias
de Bratislava para outras 29 cidades do mundo.
Após
atravessar a ponte, nós estamos na rua principal da cidade velha, com muitas
lojinhas e restaurantes.
Nós
continuamos a caminhar e chegamos à praça das embaixadas (Hviezdoslavovo námestie), que linda e novamente cheia de estátuas e
o Monumento a Pavol Országh Hviezdoslav,
com uma fonte.
Numa das pontas está o Slovac National Theater (Teatro nacional Eslovaco).
Em
Bratislava também tem um Castelo que fica em cima de uma colina, mas não fomos.
Ao nos aproximar do rio Danúbio também é possível ver à Ponte Nova (Nový most), construída na época do comunismo, onde tem um restaurante que lembra muito um disco voador (UFO).
Bratislava
é uma cidade interessante e eu fiquei sabendo que tem se esforçado para atrair
cada vez mais turistas, o que eu percebi que tem dado certo. Um ponto a favor é
que a moeda local é o euro, por isso, não precisa se preocupar em trocar a
moeda, o que termina sendo cansativo para quem viaja por diversos países do
Leste Europeu, onde cada qual tem sua própria moeda.
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