Europa
Hungria - Budapeste
Nós chegamos a Budapeste, capital da Hungria, no final de tarde. Eu fiquei encantada com a beleza desta cidade, que lembra-me demais Paris (FR) com as suas pontes a cruzar o rio Danúbio, onde os barcos passeiam devagar levando centenas de turistas deslumbrados com o visual do castelo, do magnífico Parlamento e todas as construções fabulosas que tem ao redor. É muito adjetivo, mas são todos justos. Pode acreditar.
A cidade já pertenceu
a vários povos, os celtas, romanos, turcos e já foi a segunda capital do
império Austro- Húngaro e cada um deles deixou sua marca na gastronomia, arte e
cultura, transformando-a em uma cidade global e contemporânea, um grande
contraste com os prédios antigos que tomam conta da paisagem.
Antes de começar a contar sobre as minhas aventuras e elas foram muitas, eu preciso explicar algumas coisas sobre Budapeste.
Budapeste é resultado da fusão das cidades de Buda e Ôbuda, que ficam na margem direita do Danúbio, e Peste, que está na margem esquerda.
Apesar de unidas pelo
nome, continua dividida quando o assunto é localização.
Por exemplo: Onde fica
o Parlamento? Em Peste.
E onde fica o castelo? Em Buda. É assim que funciona.
E onde fica o castelo? Em Buda. É assim que funciona.
O nome da moeda
usada na Hungria é o florim. 1huf (florim) equivale hoje a 0,0033 euros. Nós ficamos hospedados
em um apartamento no centro de Peste, alugado através do site Airbnb. A localização do
apartamento era ótima e já estava escuro quando saímos para comprar as guloseimas para o café da manhã.
Nesse mercadinho, eu
comprei algumas comidinhas que são muito apreciadas pelos húngaros. Uma delas é
um pãozinho chamado Pogácsa, a
primeira vista até parece um pouco sem graça, mas é coberto com queijo
gratinado e muito gostoso.
Outra coisa que eu
comprei foi um chocolate chamado Túró Rudi,
vem em uma embalagem branca com bolinhas vermelhas. Eu tinha lido que ele só era
encontrado na Hungria e estava ansiosa para experimentá-lo, mas sinceramente eu não
gostei. Por fora é chocolate, mas por dentro tinha uma espécie de coalhada meio
salgadinha. Eu li que tem em outros sabores, vale experimentar.
Nesta noite,
resistimos ao frio e caminhamos até as margens do Rio Danúbio, onde avistamos o lado de Buda todo iluminado, com
destaque para o castelo e a igreja de Nossa Senhora, mais conhecida como igreja Matias. Com essa bela despedida,
nem preciso dizer que estávamos super ansiosos para começar a nossa visita pela
cidade.
O nosso apartamento
ficava há poucos metros da Basílica de
Santo Estevão, a maior igreja da Hungria, com capacidade para 8500 pessoas.
Na sua entrada principal há uma inscrição em latim: “EGO SUM VIA VERITAS ET VITA”, que em português significa “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.
Uma grande estátua de mármore em tamanho natural de São Estevão domina o principal altar da basílica.
A basílica é repleta de objetos preciosos, muitos deles de prata e ouro. Entre a pequena coleção de joias religiosa está o antebraço mumificado de Santo Estevão.
Pertinho dali fica o magnífico prédio do Parlamento húngaro, é aberto para visitas, mas não tem como reservar com antecedência. Para conhecê-lo por dentro, é preciso estar disposto a acordar muito cedo, o que não foi o nosso caso.
Nós caminhamos pelas
ruas de Budapeste, passamos por diversos cafés e lojinhas, o lindo prédio da
Ópera.
...e chegamos novamente ao Rio Danúbio, onde em frente à Ponte das Correntes pegamos o ônibus turístico.
Nós pagamos 20,00
euro/ pessoa, o que daria o direito a utilizar o ônibus durante 48 horas, mas
como naquele dia estava tendo uma maratona na cidade, nós ganhamos mais um dia
grátis de passeio.
A Ponte das Correntes (Ponte Széchenyi Lánchíd) é uma ponte pênsil
que atravessa o rio Danúbio entre Buda e Peste, inaugurada em 1849, ela é um
dos cartões postais da cidade e fica especialmente linda te à noite, quando as
pesadas correntes brilham com milhares de luzes.
A mais antiga de Budapeste, essa ponte é protegida
por esculturas de leões. Diz à lenda que o escultor dos leões ficou tão
fascinado por sua obra, que desafiou alguém a encontrar um defeito nelas,
dizendo que se isso acontecesse, ele se jogaria no rio Danúbio.
E não é que um morador
mais atento, disse: - Os leões não têm olhos! Tchibum...adios para o escultor!
Em Budapeste, o antigo
e o novo formam um casamento harmônico. Um grande exemplo é a obra super moderna,
em formato de Baleia, que deu nova
vida aos prédios dos armazéns à beira do rio Danúbio. Um espaço público com bares,
restaurante, lojas, que é usado para eventos, concertos, conferências e
exposições.
Nossa primeira parada foi para conhecer as Termas do Hotel Gellért, um spa super luxuoso, resquício da tradição romana. Ele fica dentro de um hotel, mas não precisa ser hóspede para passar o dia ali.
A fachada é linda, reis e rainhas, celebridades e vários presidentes já se hospedaram no hotel.
A suíte presidencial de nº 318 ainda conserva a placa com o nome do Presidente
Richard Nixon.
Bem pertinho dali, do
outro lado da rua, fica a Igreja da
Caverna, construída em 1929, que se tornou um lugar de peregrinação para os
húngaros, durante os tempos da guerra e depois na ditadura comunista quando chegou a ser fechada com um muro de cimento.
Para visitar a igreja é preciso pagar. Por causa da água termal que passa embaixo da caverna, a temperatura ali é sempre 20º graus não importa a época do ano.
Do mirante da igreja da caverna é possível ter uma linda vista da cidade de Budapeste e da Ponte da Liberdade ou Szabadsághíd.
Os pilares mais altos
foram decorados com grandes estátuas de bronze de Turul,uma espécie de falcão,
o animal mais importante na mitologia Húngara, símbolo de poder, força e nobreza.
Neste dia resolver nos dar de presente um almoço especial e fomos conhecer o New York Café, que é considerado o café
mais bonito do mundo!
O New York Café foi
aberto em 1894, em um edifício majestoso, estilo renascentista, decorado com mármore,
bronze e veludo e logo se transformou no centro literário e artístico de
Budapeste.
A primeira Guerra
Mundial pôs um ponto final na era dourada do Café e, após a ameaça de outra
guerra mundial e a crise de 1930, o Café foi fechado temporariamente.
Após ser restaurado, desde
2006, o Café New York foi reaberto e recebe a visita de pessoas de todo o mundo. O lugar é muito chique
e, o mais importante, a comida é boa.
Eu provei uma pasta com molho de salmão e um
bolinho de chocolate de sobremesa, sensacional. O preço é justo.
Nós caminhamos até a Sinagoga
da Rua Dohány, considerada a maior e mais monumental da Europa.
Ela consegue acolher mais de três mil pessoas no seu interior, e é onde não apenas judeus de Budapeste, mas de todo o mundo se reúne regularmente.
Durante a 2ª Grande Guerra, foi o centro de comunicação dos nazistas e, por isso, ficou bastante destruída pelos bombardeios.
No jardim ao lado da sinagoga há um cemitério judaico e a escultura de uma árvore, em aço, nas suas folhas estão escritos nomes de judeus húngaros vítimas do holocausto. Algumas folhas não tem nada escrito, simbolizando os judeus que não foram reconhecidos.
Adivinhe o que eu encontrei ao lado da Estação do Metrô Astoria, que fica bem próxima da Sinagoga? O trdelnik, aquele pão enroladinho, coberto de açúcar e canela, que eu amei experimentar em Praga/ República Checa. Na Hungria ele tem outro nome: Kürtőskalács.
Como você pode ver, eu não resisti.
Chegamos a Avenida Andrássy, larga e comprida, ao redor ficam os prédios de antigas mansões, onde no passado moravam os aristocratas, banqueiros, latifundiários e famílias históricas.
É uma espécie de boulevare une a Erzsébettér (Praça Isabel) com o Városliget (Parque da Cidade de Budapeste).
De ônibus seguimos até
a Cidadela, onde tivemos uma vista
geral da cidade, com as suas oito pontes e prédios fabulosos.
A apreciação da vista da cidade do topo da colina é gratuita e um passeio imperdível, mas cobra-se uma taxa para entrar no Museu da Cidadela e para subir no topo das muralhas.
Nós passamos em frente
ao Castelo de Budapeste, com o seu
funicular, mas estávamos cansados demais e decidimos seguir para a nossa
próxima aventura: o passeio de barco
pelo Rio Danúbio.
Enquanto esperávamos o horário do passeio, nós tomamos um café no Kiosk, um espaço enorme e super contemporâneo, que fica em um prédio antigo.
Como tudo em Budapeste, ele une o novo e o antigo com muito charme.
O passeio de barco é muito romântico e o preço estava incluso no valor do passeio do ônibus turístico.
O entardecer em Budapeste é sensacional.
É uma beleza de tirar o fôlego. Momento para agradecer pela oportunidade de estar em um lugar tão bonito e histórico.
Completamente feliz,
nós caminhamos pela Rua Váci, uma
das principais vias de pedestres e, talvez, a mais famosa rua do centro de
Budapeste, com um grande número de restaurantes e lojas. Aqui estão: Zara , H
& M , Mango , Espirit , Douglas, Hard Rock Café, entre outros.
A rua se abre para Praça Vörösmarty, onde estava tendo um festival de comida e artesanatos húngaros, embalado por uma banda local.
Durante 150 anos,
Budapeste fez parte do império otomano, ou seja, foi ocupada pelos turcos também. Além
de alguns prédios em estilo oriental e decorados com mosaicos, esse povo deixou uma grande contribuição
para a gastronomia local que foi a páprica.
Esse tempero é super comum na culinária húngara e nós tínhamos que experimentar. Fizemos isso ao provar a sopa de goulash, servida no pão. Só de pensar já sinto água na boca. Sensacional!
A Bóri foi o nosso
anjo da guarda em Budapeste. Ela nos deu
duas passagens de trem e foi conosco para ter certeza de que não teríamos
problemas para validar o bilhete e que desceríamos no lugar errado.
No dia seguinte, antes de seguir viagem para Cracóvia (Polônia), nós ainda fizemos um último passeio até as margens do Danúbio para homenagear os judeus que foram atirados no rio.
Ali
tem uma escultura de vários sapatos
enfileirados, todos apontados para as águas, onde as pessoas deixam velas e
pedras, para demonstrar que eles jamais serão esquecidos.
Eu jamais esquecerei!
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