Europa
Alemanha- Berlim
Nós
chegamos à última etapa da nossa viagem pelo Leste Europeu e a mais
aguardada por mim: a cidade de Berlim, capital
da Alemanha. Onde aconteceu o desfecho final da 2ª Guerra Mundial e que, por muitos anos, foi uma cidade partida, dividida entre quatro países e depois palco principal da Guerra Fria.
Eu li em
algum lugar que quando se trata de Berlim dois dias, dois meses ou dois anos,
não importa o tempo em que a pessoa fique nesta cidade, sempre terá a impressão
de que não a conhece por inteiro.
Berlim
possui uma enorme área verde e é cortada por dois rios: o Spree, que atravessa o centro da cidade, e o Havel, que passa por bairros mais afastados, além de diversos
canais e lagos.
É uma
cidade plana o que favorece o transporte de bicicleta. São muitos ciclistas na cidade e é preciso atenção na
hora de caminhar nas ruas para não invadir a pista da bicicleta, correndo o
risco de levar uma bronca em alemão.
Nós ficamos
hospedados no Hotel Hansablick, uma
construção antiga com decoração moderna e
charmosa.
O hotel era próximo ao Tiergarten, o maior parque da cidade, por onde caminhamos até chegar ao monumento chamado Siegessäule, a Coluna da Vitória, que foi erguida em celebração à vitória da Prússia contra a Dinamarca (1864).
Neste monumento, há um minimuseu e também uma plataforma com 285 degraus, de onde é possível ter uma excelente vista de Berlim, mas decidimos continuar o passeio e compramos a passagem do ônibus turístico Hop on Hop off, que passa a cada 15 minutos nos pontos de espera.
Durante o
passeio de ônibus, eu observei que Berlim é uma cidade em construção, com
inúmeras obras que buscam recuperar os
prédios detonados durante a 2ª Guerra Mundial, quando a cidade foi transformada
em ruínas.
Mas, vamos falar um pouquinho sobre a história Berlim para entender porque a cidade é tão cosmopolita e convive muito bem com as diferenças culturais.
Nesta
viagem ao Leste Europeu eu passei por lugares que foram atingidos pela 2ª
Guerra Mundial, como Frankfurt, Praga, Budapeste e Bratislava; outras que se
tornaram símbolos do holocausto como Cracóvia e Auschwitz.
Berlim não marcou
apenas o fim da minha viagem, mas ao chegar ali eu pude compreender o que
aconteceu quando a guerra terminou e a Alemanha nazista foi derrotada.
Era aqui
que ficava o centro da inteligência nazista e o bunker, esconderijo subterrâneo
de Hitler. Portanto, conquistar Berlim era ganhar a guerra.
A cidade e
os seus moradores pagaram um preço alto no acerto de contas entre os aliados e
os nazistas. A cidade ficou em ruínas e os aliados dividiram- na em quatro partes
diferentes. É difícil imaginar, mas foi o que aconteceu.
A URSS ficou com o maior território, mas os EUA, França e Inglaterra também ficaram com uma parte de Berlim.
Para ir de
uma região a outra, era preciso atravessar um checkpoint, uma espécie de
guarita, onde os soldados pediam para apresentar o passaporte.
De uma hora
para a outra, as famílias que viviam em Berlim foram separadas. Quem vivia na
parte de Berlim que pertencia à França tinha que apresentar o passaporte para
visitar o parente que estava em Berlim sob o domínio dos americanos.
Atualmente
só existe um checkpoint, Checkpoint
Charlie, que se transformou em uma atração turística. No passado, era por
aqui que as pessoas atravessavam para entrar no lado de Berlim que pertencia
aos EUA.
Quem quiser pode ir até lá hoje para tirar fotos e levar o passaporte para carimbar com os vistos de entrada de todos os checkpoints. Claro, tudo é pago. Também é possível comprar um pedacinho do Muro de Berlim, se é verdadeiro ou não...
Viver em
uma cidade partida, fatiada em quatro pedaços, após a 2ª Guerra não era a maior
preocupação dos alemães que viviam em Berlim, pois havia problemas mais sérios
como a falta de comida e moradia, sem contar as perdas de familiares. A cidade
estava um caos.
Mas, essa situação se tornou ainda mais grave quando a URSS construiu um Muro, separando Berlim, novamente, só que em dois blocos: Oriental e Ocidental, comunista e capitalista, respectivamente, para evitar a evasão dos moradores e consequentemente a perda da sua mão- de- obra.
Após a
construção do muro, os alemães do bloco Oriental não podiam circular livremente
por toda cidade. Para isso era preciso uma autorização especial, muitas pessoas
perderam suas vidas tentando ultrapassar essa barreira.
O Muro de
Berlim era muito extenso, mas hoje sobrou pouco dele, apenas uma marca no chão
mostra onde ele ficava.
Próxima a Potsdamer
Platz, uma praça importante de Berlim, fica um trecho longo do muro, onde
ocorre a exposição “Topografia do
Terror”. Quando eu toquei no muro, eu senti um misto de felicidade e tristeza, fiz uma prece
pedindo paz pra todos nós.
O Muro de
Berlim foi derrubado em 1991, mas antes disso para atravessar de Berlim Oriental
para Berlim Ocidental era preciso atravessar os portões, existiam vários deles.
O portão mais famoso é o Portão de
Brandenburgo, que é um dos pontos turísticos mais visitados na cidade.
Perto do Portão
de Brandemburgo e da Potsdamer Platz foi construído o Memorial aos Judeus Mortos da Europa, também conhecido por Memorial
do Holocausto. Uma área de 19 mil metros quadrados, coberta com 2.711 blocos de
concreto, parecendo com um campo ondulado de pedras. Os blocos representam um
sistema supostamente ordenado e que perdeu o contato com a razão humana.
Durante o
passeio de ônibus, nós passamos em frente ao Palácio do Reichstag, construído em 1884. Um mês após a nomeação de
Adolf Hitler para o cargo de Chanceler da Alemanha, o prédio foi incendiado. A
polícia encontrou um conhecido agitador comunista, Marinus van der Lubbe, sem
camisa, dentro do prédio.
Isso bastou
para que os líderes comunistas fossem presos e deputados comunistas impedidos
de tomar seus assentos no Reichstag, aumentando os poderes dos nazistas. Durante
a Batalha de Berlim em 1945, foi um dos alvos principais do Exército Vermelho,
pelo seu valor simbólico. Hoje está restaurado.Outro lindo prédio da cidade é a imponente Catedral de Berlim, às margens do rio Spree, na Ilha dos Museus.
Mas, sem dúvida, a igreja que mais chamou a minha atenção foi Gedächtniskirche, uma das atrações mais famosas de Berlim, que está localizada entre a Avenida Ku’damm e a Rua Budapester Straße. Ela foi extremamente danificada por bombardeios e não foi restaurada para ser um símbolo da destruição causada pela guerra.
E já que
chegamos a Avenida Ku’damm, vamos
dar uma paradinha para fazer o que tanto gostamos: comprinhas, rsrs.
Esta
avenida está cheia de lojas bacanas, Zara, Mango, Primark, Douglas, Uniqlo, etc
e etc. Aqui também fica a Kaufhaus des Westens ou simplesmente KaDeWe, a segunda maior loja de
departamentos da Europa, só perdendo para a Harrods em Londres.
No sétimo
andar, encontra-se o LeBuffet, um
restaurante com uma variedade incrível de comida, com serviço tipo self- servisse.
Aqui fizemos uma paradinha para jantar.
No dia
seguinte, voltamos ao centro de Berlim e nos divertimos muito na Alexanderplatz, uma praça movimentada
que é conhecida pelos berlinenses simplesmente por Alex.
Neste lugar, fica um grande terminal de transporte público e diversas pessoas se reúnem para conversar, assistir os artistas de rua ou tomar uma cerveja gelada em um dos quiosques na calçada.
Desta praça
é possível ver a Torre de Televisão de
Berlim, que é um símbolo da cidade. Existe uma plataforma para visitantes e
um restaurante giratório no centro da esfera, mas nós não conhecemos.
Localizada
bem pertinho da Alexanderplatz está a Rotes Rathaus, sede da Prefeitura e da Câmara
de vereadores de Berlim. Ela é chamada de Prefeitura
Vermelha, porque foi construída com tijolos vermelhos, sendo também um dos
cartões-postais da cidade.
Logo
adiante, encontra-se a Marienkirche ou
Igreja de Santa Maria, uma das igrejas mais antigas de Berlim.
Eu fiquei
pouco tempo em Berlim, mas apesar de ter sido o centro de grandes tragédias e
preservar a memória do passado, eu senti uma cidade alegre, pulsante e cheia de
vida.
Berlim, um
dia eu volto para você, minha linda!
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