domingo, 31 de maio de 2015

O vendedor de Passados


Quem de nós em algum momento já não teve vontade de dar um pulinho no passado para reviver uma situação especial ou apagar um erro monstro?



Esse é o tema do filme O Vendedor de Passados, com os atores Lázaro Ramos e Alline Moraes.
No filme, Lázaro Ramos é um vendedor de passados, ou seja, reconstrói com fotos e vídeos o passado de pessoas que desejam ter uma história diferente para mostrar aos outros.

Por exemplo, um dos clientes dele é ex- obeso mórbido, que passou os últimos 20 anos em casa e nunca teve uma namorada e deseja ter uma história diferente para conquistar uma noiva.
Eu achei o final do filme muito fraco, mas a história é intrigante. E se eu pudesse ter  um novo passado?
Eu já pensei nisso muitas e muitas vezes.
Não precisa me dizer que eu sou resultado dos meus erros e acertos, uma parte de mim, a mais inteligente, já sabe disso.
Mas, a outra parte, a mais inocente e a que eu mais gosto, vira e mexe me questiona: E se...
É, e se?
E se eu tivesse estudado mais e passado em uma faculdade mais conceituada?
E se ao invés de me casar eu tivesse mudado para Paris?

São perguntas que nunca serão respondidas, mas e se...

Vamos supor que eu tivesse feito uma Faculdade THE BEST. Talvez, eu não tivesse concluído os estudos porque sempre fui um pouco preguiçosa para estudar, ops! kkk.
Mas, vamos supor que eu me superasse e concluísse o curso com louvor e com uma proposta incrível de trabalho em um grande jornal.
Eu teria que desmarcar a data do meu casamento. Eu casei em dezembro, no mesmo ano em que concluí a Faculdade e, ao invés da festa de formatura, eu viajei em Lua de Mel.
Recém- contratada em uma empresa incrível, eu não teria tempo para planejar o casamento e muito menos poderia viajar em lua de mel, certo?
Mas, adiar o casamento não seria a pior coisa a acontecer para um casal que se ama, como é o nosso caso.
O que aconteceria com o meu relacionamento, no entanto, se após alguns meses eu fosse convidada para ser correspondente em Paris?
É uma oferta irrecusável, eu vibro só de pensar. Paris... Paris... Paris...
Eu teria um belo emprego dos sonhos em Paris, mas teria o amor da minha vida?
Se ele não tivesse suportado a distância e me dado um belo pé na bunda (- Vá casar com Paris!), os meus filhos não teriam nascido e o mundo, certamente, seria um lugar mais triste.  
Todos vocês seriam mais tristes, rsrsrs (coisas de mãe coruja).
Mas, acredito que nem sempre fazemos boas escolhas e, por isso, vou insistir neste assunto e agora de forma mais otimista.
Vamos supor que o meu amor aceitou largar a sua vida no Brasil para viver comigo em Paris. Seríamos cidadãos do mundo! Mas, o que é o mundo? É tão genérico.
O mundo não sabe dar conselhos, não convida para o churrasco, não está junto nas horas tristes e alegres. Quando chove, ele não liga para saber o que estou fazendo.
Cidadãos do Mundo? Mas, eu não conheço o mundo e ele não me conhece.
Eu conheço a minha família e os meus amigos. E com eles ao meu lado, eu me considero a dona do MEU mundo. O mundo que realmente importa.
Poucas pessoas tem coragem para confessar que gostariam de ser diferentes, a maioria sempre parece satisfeita demais com as suas escolhas, nas redes sociais, então, nem se fale. Será?
Eu gostaria de ser assim, mas não sou. Eu vivo me questionando: Sou feliz assim? Sou mais feliz hoje do que ontem?
Esse texto foi um tipo de exercício porque para o bem ou para o mal ninguém pode mudar o passado, mas a reflexão é importante para avaliar o nosso grau de felicidade.
É sempre bom lembrar que, apesar do que a vida às vezes nos faz pensar, o passado, presente e o futuro nos pertencem.
Somos os heróis da nossa história e os donos do nosso tempo.



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