Tem livros que a gente escolhe, mas outros que escolhem a gente. Só faltam pular nos nossos braços. Exagero? Talvez.
Mas, o livro A Bibliotecária de Auschwitz foi um desses casos
em que o livro me escolheu. Eu entrei apressada na livraria, atrasada para
pegar o voo e eis que ele estava lá, saltando aos meus olhos.
Não li o prefácio e mal reparei no título, paguei e fui
embora.
Somente no avião, com mais calma, reparei que a história do livro se passava em algumas cidades que estavam no meu roteiro de viagem: Praga (República Checa) e Auschwitz (Polônia).
Somente no avião, com mais calma, reparei que a história do livro se passava em algumas cidades que estavam no meu roteiro de viagem: Praga (República Checa) e Auschwitz (Polônia).
E foi com esse livro: A Bibliotecária de Auschwitz, um
romance baseado em uma história real, que eu fiz uma viagem pela história mais
sombria da Europa: o Holocausto.
A Bibliotecária de Auschwitz conta uma história verdadeira sobre um professor judeu, Fredy Hirsh, que criou uma escola secreta dentro do bloco 31, no campo de concentração de Auschwitz, dedicando-se a lecionar para cerca de 500 crianças.
A Bibliotecária de Auschwitz conta uma história verdadeira sobre um professor judeu, Fredy Hirsh, que criou uma escola secreta dentro do bloco 31, no campo de concentração de Auschwitz, dedicando-se a lecionar para cerca de 500 crianças.
O Bloco 31 foi o único bloco residencial em Auschwitz. Ele
foi criado para servir de propaganda para os nazistas que queriam disfarçar para
os órgãos internacionais a verdadeira função do local, que era servir como um
campo de extermínio.
Dita Dorachova é uma jovem Checa, com apenas 14 anos, quando chega a Auschwitz e, por muita sorte, é enviada para o Bloco 31, ao contrário de milhares de adolescentes que foram direcionados para as câmaras de gás logo que chegaram ao campo.
O professor Fredy Hirsh passa a contar com a ajuda da jovem Dita
Dorachova para manter dentro deste Bloco uma biblioteca secreta, com 8 livros muito
mal conservados, além de livros vivos, que eram pessoas que tinham decorado uma
determinada matéria e eram chamadas para contar as crianças.
Os dois não se rendem ao terror e permanecem firmes usando
os livros como “arma”.
Apesar do carisma do professor, é a coragem de Dita que mais
me comoveu e quando eu cheguei a frente ao Relógio Astronômico de Praga, me lembrei
dela contando como adorava ficar por ali vendo a cara espantada dos turistas com
a beleza do relógio.
Em cada canto da cidade de Praga, na Ponte Carlos e no bairro de
Josefov, onde ela foi obrigada a se mudar com a família, antes de seguir para o
gueto e depois para Auschwitz, eu me senti acompanhada pela bibliotecária.
Quando cheguei finalmente em Auschwitz, a primeira coisa que
eu quis saber era onde ficava o barracão 31, mas não consegui localizá-lo.
No entanto, assim que entrei no barracão de madeira, usado
como banheiro, quase pude vê-la lendo em um cantinho tentando ignorar o odor insuportável do
lugar.
A Bibliotecária de Auschwitz é um livro sobre o Holocausto,
mas também fala sobre a importância dos livros em um momento tão triste da
história, no quanto foi fundamental para manter a esperança das pessoas em dias
melhores.
Em uma noite gelada, num hotel em Bratislava (Eslováquia), eu li
a última página deste livro. Eu estava aos prantos e, antes de ir dormir, ainda
abri o livro várias vezes para reler alguns trechos.
Você já leu esse livro?
Você já leu esse livro?
Nota da Blogueira - Escrever é um ofício muito solitário. Às vezes, eu passo noites e noites
acordada escolhendo as palavras certas para colocar em um texto, revisando os
parágrafos e na hora de publicar dá um frio na barriga...
Nem sempre quem lê dá a
mesma importância ao texto. Lê com pressa, lê pela metade ou vê que é longo e
desiste antes de começar.
A Bibliotecária de
Auschwitz me fez sentir o quanto é importante escrever boas histórias,
acreditando que em algum tempo, em algum lugar, elas poderão transformar para
melhor a vida de pessoas que eu sequer conheço. Espero que seja mesmo assim
porque nada me faz mais feliz do que escrever.
- Para ler o posto sobre a minha ida ao Campo de Auschwitz, CLIQUE AQUI
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