Meninos, 1989 - Vladimir Bogdanov |
As imagens, em preto e branco, revelam o dia a dia da
população do país, como as crianças em salas de aulas, pais brincando com os filhos,
adolescentes em momento de lazer, entre outros, e transportam o visitante para outro
tempo.
A paz é a vida, 1962 - Vladimir Lagrange |
As fotografias são do período de 1956 a 1991, marcado por dois acontecimentos bastante contraditórios na antiga União Soviética:
Pequenas bailarinas, 1963 - Vladimir Lagrange |
Idade não é problema, 1982 - Vladimir Lagrange |
O primeiro foi de importância fundamental para a produção artística do país, pois a relativa liberdade que floresceu a partir deste episódio, conhecido como "Discurso Secreto", permitiu que fotógrafos e fotojornalistas reformulassem o papel da fotografia na sociedade.
Seguro morreu de velho, 1991 - Vladimir Bogdanov |
Essa técnica deixava de ser uma mera ferramenta ideológica e adquiria uma nova estética, resgatando técnicas que remontavam ao movimento de vanguarda dos anos 1920.
São olhares despretensiosos, mas as imagens falam mais do
que mil palavras e, com sensibilidade, revelam um país que durante muito tempo
ficou escondido atrás de uma cortina ferro.
As imagens revelam uma sociedade com um estilo de vida simples e rústico, mas de
uma forma poética e com muita leveza.
Para retratar este ambiente, os curadores selecionaram obras
de alguns dos mais importantes fotógrafos da URSS: Viktor Akhlomov, Yuri
Krivonossov, Antanas Sutkus, Vladimir Lagrange, Leonid Lazarev e Vladimir
Bogdanov.
Na parte, ao lado das suas fotografias, está um texto de Vladimir Lagrange com o título: ASSIM VIVÍAMOS...
Eu vou reproduzir alguns trechos para que você consiga entender os sentimentos da época em que as imagens foram feitas.
"Havia uma vida pessoal: pais, casa, trabalho, amor, filhos, amigos; e a vida do país: slogans, reuniões, obrigações, condecorações, planos do partido e do povo. Não ficávamos surpresos, pois éramos habituados a viver assim. Não conhecíamos outra vida. Pensavam por nós, privavam- nos de qualquer autonomia, tudo era familiar, cada um fazia o seu trabalho".
"Lembro- me quais palavras faziam parte de nossa vida cotidiana: Stalin, a queda dos preços - a qual todos esperavam, querosene, abrigo antiaéreo, lenha, burgueses, patins, "perseguindo", tinta- lápis, jornal Pravda, fila, circo e assim por diante".
Eu me emocionei com as fotos e me diverti algumas vezes lendo algumas legendas inusitadas, mas que estimulam a reflexão.
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