Quando percebemos já estávamos no nosso destino.Nós acertamos o táxi dentro do aeroporto e a viagem até o bairro de Lastarria, onde ficamos hospedados em um apart hotel, nos custou 19 mil pesos.
No dia em que chegamos a Santiago, havia ocorrido um acidente de carro na via expressa e estava um grande congestionamento.
O taxista foi muito simpático e cortou o caminho por alguns bairros para evitar o trânsito, o que fez com que a minha primeira impressão do Chile fosse muito boa.
Durante o caminho até o nosso apart hotel, o motorista nos contou que estava ansioso porque naquele dia haveria o jogo da seleção do Chile contra a Venezuela.
Eu percebi o quanto os chilenos gostam de futebol. Lembro de ter perguntado:
– Quem é o melhor jogador? Ele respondeu - Todos, claro! rsrs
Durante todo o caminho, eu vi muitos grafites nos muros, será outra mania? Futebol e grafite.
Ao chegar à região central de Santiago, nós passamos pela Praça das Armas, onde fica um prédio incrível que já foi moradia de alguns presidentes, mas hoje é a sede dos Correios.
Nesta praça, muitos idosos se reúnem para jogar dominó e xadrez.
Sem querer, eu participei de uma cena muito engraçada. Dois senhores conversavam e um deles ao perceber o meu interesse, olhava para mim que estava no táxi e fazia sinal de que o cara ao seu lado era doido. Foi divertido.
No dia em que chegamos era o Dia do Protesto. Segundo o taxista, naquele dia alguns jovens sairiam para fazer arruaça e poderia ser perigoso permanecer até tarde nas ruas.
- Mas só depois do jogo da seleção! Ele nos garantiu, rsrs.
O nosso apartamento ficava no bairro de Lastarria, que na minha opinião lembra muito o bairro da Vila Madalena, em São Paulo, devido às lojas de rua com roupas designers locais, livrarias e sebos, cinema antigo, restaurantes de diversas nacionalidades e alguns “inferninhos”.
É um bairro bonito e vibrante. Os donos dos bares colocam as mesas nas calçadas. Alguns moradores usam a sacada de suas casas para exporem e venderem os seus objetos de arte e suas roupas. Tudo bem informal do jeito que eu gosto.
O nosso apart hotel ficava em uma rua muito agradável, atrás do Cerro Santa Lúcia, onde os moradores gostam de ir para curtir um domingo de sol, sentar na grama, namorar e aproveitar a natureza.
Embaixo do nosso prédio ficava o café Berlim e na frente o restaurante Selma. Ambos com aparência muito charmosa.Só para avisar quem gosta de artesanato, em frente ao Cerro Santa Lúcia fica uma Feira de Artesanatos, que vende roupas, bijuterias e outros artigos da cultura local.
Neste dia, nós jantamos em um restaurante chamado “Casa Lastarria”, com uma decoração moderna e excelente comida. Lá eu experimentei o “Pisco Souer”, famosa bebida local, mas que lembrou muito a nossa caipirinha. A diferença é que a água ardente usada é obtida através da destilação da uva.
Nós ficamos uma noite em Santiago e depois viajamos para o Deserto do Atacama. Retornamos seis dias depois. (Mais informações sobre o Deserto do Atacama, acesse o link)
No dia seguinte a nossa chegada, nós tomamos café em uma padaria e caminhamos até a Universidade Católica do Chile onde pegamos o ônibus turístico, o Turistik.
Esse ônibus é uma ótima opção para quem tem poucos dias e quer conhecer os principais pontos turísticos da cidade.
Vista da Torre Costanera considerada a mais alta da América Latina, com 62 andares e 300 metros |
Palácio de La Moneda |
Após a chuva dar uma trégua, voltamos caminhando até o bairro de Lastarria e paramos para conhecer o Centro Cultural Gabriela Mistral, onde visitamos algumas exposições e assistimos os ensaios de alguns grupos de dança de rua.
Gabriela Mistral, poetisa, educadora, diplomata e feminista chilena, foi o primeiro escritor latino- americano a ganhar o Nobel de Literatura.
Um ótimo lugar para tomar café da manhã em Lastarria é o Café do Museu de Artes Visuales (MAVI), que fica no meio da Praça Mulato Gil, o epicentro artístico do bairro.
Se o tempo permitir, continue o passeio caminhando até a Praça das Armas, quando estivemos lá estava tendo um evento para os idosos. A praça estava lotada.
Nesta praça, fica a Catedral de Santiago, considerada um Monumento Nacional do Chile.
Essa é a quinta igreja construída no mesmo local da principal. As versões anteriores foram destruídas por incêndios ou terremotos.
Da Catedral de Santiago seguimos até o Mercado Central, com vários restaurantes de frutos do mar e também bancas que vendem pescados.
Você pode almoçar aqui. A estrela principal dos cardápios dos restaurantes é o centoulla, caranguejo gigante exclusivo do Chile.
Infelizmente, eu não provei. Ainda estava muito cedo para almoçar quando cheguei neste local. Na próxima viagem, quem sabe.
Após conhecer o Mercado Central, nós caminhamos até o Funicular, onde subimos o Cerro San Cristóbal para ver Santiago do alto.
Algumas pessoas fazem esse trajeto de bike, mas nós fomos de bondinho. Lá de cima a vista é muito bonita, mas uma névoa cinza cobre toda a cidade.
Experimentamos uma bebida chamada Mote con Huesillos. Dizem que não existe nenhuma bebida que represente mais do Chile do que essa.A bebida é uma mistura de chá com grãos de trigo cozidos, pêssegos desidratados e aroma de canela.
Ele é servido gelado e com uma colher, que é usada para comer o trigo e o pêssego no copo. A aparência não é muito boa, pelo menos eu não achei. O gosto é doce e melhor do que aparenta.
Quando estiver lá em cima aproveite para caminhar até o Santuário da Virgem Imaculada, vale a pena conhecer.
Em Santiago, eu conheci dois shoppings. Um deles foi o Shopping Parque Arauco, localizado no bairro Las Condes. Esse shopping tem uma parte onde as lojas ficam ao ar livre, um espaço muito chique, com grandes marcas como: Dolce&Gabbana, Empório Armani, Ermenegildo Zegna, Carolina Herrera, entre outras.
O Shopping Costanera é o maior da cidade, localizado próximo a maior torre da América Latina, com 300 metros de altura, no bairro Providencia.
Em ambos os shoppings, além das marcas famosas, tem as enormes lojas de departamentos: Ripley, Falabella e Paris, onde você encontra eletrônicos, roupas, maquiagens, entre outros.
Ao lado do Costanera fica a Doceria C’est si Bom, onde eu provei a maior torta de frutas vermelhas com doce de leite da minha vida. Levamos até para o nosso apartamento.
Assim como a capital paulista, o horário do rush provoca um caos no metrô em Santiago. Eu senti isso na pele.
Nós pegamos o metrô para retornar a Lastarria, por volta das 18h30 e eu nunca tinha visto tanta gente! Uma multidão se espremia na fila para passar na catraca e depois nos vagões. É como estar em uma lata de sardinha. Evite o máximo, se puder!
No dia em que usei o metrô, ao chegar a Lastarria eu me senti entrando na porta do paraíso. Talvez, por isso, tenha decidido assistir uma apresentação de música sacra na Paróquia de Vera Cruz. Foi bom, mas confesso que não consegui ficar até o ato final.
De lá seguimos para um barzinho que fica no subsolo de um prédio, onde é permitido fumar, o que não é comum em um espaço fechado. Muita música, gente jovem e alegre.
Santiago é uma cidade cheia de vida. Adorei conhece-la e voltarei assim que puder.
Quando estiver por lá, o charme e a beleza da capital chilena podem te distrair, mas como em toda cidade grande é preciso ter alguns cuidados, anote aí algumas regrinhas básicas.
1 – Cuidado com aglomerações, principalmente no metrô.
2 – Nos restaurantes, não pendure as bolsas nas cadeiras.
3 – No táxi, observe com atenção o taxímetro.
4 – Contrate excursões somente em companhias de turismo conhecidas.
5 – Não troque dinheiro na rua. Não mostre dinheiro em qualquer lugar.
6 – Evite circular a pé e mantenha sempre acessível cópia do seu documento.
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