Por Giobert M. Gonçalves
Um amigo enviou-me um texto de Sri Prem Baba sobre a mentira:
“Se ao menos puder ser honesto a ponto de admitir suas mentiras para você mesmo, você estará dando um passo em direção à transformação. Para ajudá-lo nesse processo, eu sugiro um exercício bem simples: faça um diário das suas mentiras. Toda noite, antes de dormir, descreva-as num caderno. É só você com você. Não precisa mostrar para ninguém, então pode ser bem sincero. Descreva todas as mentiras, desde as mentirinhas bobas, que você conta para poder tirar vantagem ou para ficar “bem na foto”, até aquelas mentiras que te levam a inventar mais mentiras para poder sustentá-las. Sempre releia as mentiras do dia anterior e veja se está havendo alguma mudança, algum processo. Dessa forma, a cada dia você dará nem que seja um passo em direção à verdade”.
Primeiro, acho que esse texto não é do Sri Prem Baba por um motivo bobo, foi usado um termo comum aqui no Brasil, mas não sei se comum na Índia – “ficar bem na foto”.
Mas, mentiras à parte, o texto é muito legal. Fez-me pensar que além da mentira, eu aplico isso em qualquer circunstância onde me sinta desconfortável. A sensação de desconforto com alguma coisa pode me levar a mentir, ou pelo menos omitir em alguma situação.
Ao invés de escrever eu me pergunto “de onde vem?”, “como é?” e “porque sinto?”. Todo desconforto pode ser resolvido por mim mesmo porque sou eu mesmo que causo, basta eu descobrir a verdadeira origem. Daí vem a parte mais desafiante, falar a verdade para mim mesmo e, se necessário, para o outro. A verdade dói, mas é libertadora!
Nós vivemos rodeados de mentiras. Você já parou pra pensar na quantidade de mentiras que contamos para nós mesmo no dia a dia? Começa na mais simples quando você encontra um amigo na rua:
- Tudo bem?
- Tudo. E Você?
- Tudo bem também.
- Legal! Bom te ver.
- Bom te ver também.
- Então até mais.
- Até mais.
Preciso desenhar? Tente se fazer as três perguntas e dê boas risadas com as respostas. Você nem estava interessado em saber do seu amigo. E tudo bem com isso. A vida é corrida mesmo, não dá tempo de parar para realmente se interessar por todas as pessoas que a gente conhece. Mas pelo menos, uma coisa pode ser de verdade, o teu sorriso. E isso liberta.
Descobri que falar a verdade é expressar a verdade e não necessariamente falar a verdade (que em muitos casos se torna ofensiva): “Nossa! Como você está gorda!”, “Você viu o que o teu marido fez?”. Ixi! Isso é muito ruim e essa verdade não te liberta.
A verdade que te liberta é aquela que traz solução, apazigua sentimentos e estreita laços. E então quando você encontrar seu amigo na rua, não importa o quanto você não saiba dele ou a falta de tempo em saber, apenas sorria – ele irá sorrir de volta.
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