A mostra tem o apoio e a curadoria da historiadora Rosangela
Dias Ressurreição e estará exposta no Departamento de Patrimônio Histórico
Cultural, na Rua da Praia, no centro da cidade, até o dia 18 de
janeiro.
O grupo de ceramista que participa desta exposição é formado por: Angela Maria Nunes, Carlo Cury, Claudia Canova, Lu Chiata, Márcia D'Amico e Zandona.
As peças da mostra foram feitas com base na pesquisa realizada no sítio arqueológico, que até a primeira metade do século 19 era uma fazenda localizada há cerca de 200 metros de altura, em meio à mata, um local estratégico de onde era possível avistar os navios que aportavam no mar e ao mesmo tempo longe das vistas dos moradores.
Os estudos apontam que esse local, hoje em ruínas, pode ter sido utilizado na operação de tráfico ilegal de escravos. Dizem que antes de serem vendidos, os negros podem ter sido levados até esse lugar para engordarem ou para tratamento de saúde.
Para compreender melhor essa parte da história, os ceramistas foram até o Sítio Arqueológico de São Francisco e buscaram informações junto a historiadores, pesquisadores e arqueólogos.
Apesar de terem feito essa busca em conjunto, no momento de criar as peças cada artista direcionou sua pesquisa livremente e se concentrou em aspectos diferentes da cultura dos povos negros, dentre eles a religiosidade, alimentação e os costumes sociais e culturais.
Da fase das pesquisas até a conclusão das obras, a exposição da primeira fase do Projeto Origens levou 14 meses para ser concluída. Depois disso, os artistas ainda se reuniram para decidir em conjunto quais as peças que entrariam na mostra.
Por isso, quem visita a exposição vai perceber que as imagens em cerâmica e batique possuem expressões e posturas diferentes, mas juntas criam um conjunto forte e impactante.
A missão do grupo Ubuntu é despertar a consciência do público para a contribuição que diversas raças deram à formação cultural e as tradições que são mantidas até hoje nas cidades do Litoral Norte de São Paulo.
Palmas para eles!
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