Eu ainda não a conhecia, essa foi a primeira vez que nós nos encontramos.
Quem me levou até lá foi minha amiga e sócia na Loja Encantes, Re Giudice.
O ateliê fica na casa da artista. É um lugar muito calmo e acolhedor, guardado por três cachorros brincalhões.
Helene é uma mulher de estatura pequena, com os cabelos vermelhos vivos e nos recebeu com um grande sorriso.
Ela vive com o marido, Alcyr Viana, que é uma simpatia.
Ela vive com o marido, Alcyr Viana, que é uma simpatia.
Após as apresentações e conversas amistosas, eu já estava me sentindo muito à vontade.
Foi quando ela nos levou até o ateliê, não sem antes pedir para que nós não estranhássemos a bagunça.
- Eu gosto de trabalhar assim.
Na verdade, o lugar não estava bagunçado. Os objetos estavam guardados e limpos, em uma espécie de desorganização criativa, dava para sentir o fluxo de energia positiva e pulsante que existia ali.
Logo eu vi as cerâmicas e o que me chamou a atenção foram às cores alegres e intensas e ao me aproximar eu percebi os desenhos em renda. Que encanto!
Perguntei se a profissão dela sempre tinha sido aquela.
Helene me contou que trabalhava como secretária executiva em uma grande empresa e só começou a fazer cerâmica depois de aposentar e vir morar em Boiçucanga.
Ela nos mostrou as caixas onde guarda as rendas e outros acessórios, que utiliza para marcar as cerâmicas.
São objetos muito delicados.
É incrível como as coisas mais simples quando tocadas da forma certa se transformam em preciosidades.
Nesta hora, o seu Alcyr apareceu e nos ofereceu doce de leite.
Claro, que aceitamos. O doce tinha um brilho e aroma tão agradáveis que seria quase um pecado recusá-lo.
Nem tentamos e o saboreamos devagarzinho.
Após nos apresentar o ateliê, Helene sentou-se atrás da sua mesa de trabalho e acendeu um cigarro.
Era o momento que esperávamos para explicar que a intenção da nossa visita era também convidá-la a participar da Loja Encantes.
Claro, que aceitamos. O doce tinha um brilho e aroma tão agradáveis que seria quase um pecado recusá-lo.
Nem tentamos e o saboreamos devagarzinho.
Após nos apresentar o ateliê, Helene sentou-se atrás da sua mesa de trabalho e acendeu um cigarro.
Era o momento que esperávamos para explicar que a intenção da nossa visita era também convidá-la a participar da Loja Encantes.
Ela não demonstrou surpresa e com seu jeito alegre, apenas disse:
- Claro! Podem escolher as peças que desejam levar para vender na loja. Foram todas feitas uma a uma, com muito carinho e amor, foram muito curtidas, tocadas e amadas e estão absolutamente prontas para mudar de casa....
Em seguida, ela nos deixou à vontade e foi até a cozinha preparar um café.
Quando voltou ao estúdio, Helene trazia três xícaras com a bebida quente e um leve aroma de canela.
- Para esquentar! Explicou com um sorriso.
Ainda ficamos no estúdio por um bom tempo fazendo planos para o futuro e falando sobre as coisas mais importantes da vida: amizade, família, sonhos...
Antes de irmos embora, ela nos mostrou um quadro com fotos de três gerações da sua família.
Filha de pai judeu, ela nos contou que a família mudou-se para o Brasil fugida da 2ª Guerra, mas quando pergunto se gostaria de falar mais sobre isso, ela responde:
- É melhor deixa-los descansar!
Helene é uma daquelas pessoas que parece já ter vivido mil vidas, talvez seja o brilho nos seus olhos, não sei explicar essa sensação.
Mas, se eu pudesse definir uma expressão, diria simplesmente, que ela é uma mulher que vive o seu tempo.
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