quarta-feira, 26 de julho de 2017

Exposição “Origens Nativos” - A Influência da Arte na Sociedade



A Exposição Origens Nativos, criada pelo grupo de artistas denominado Ubuntu Caragua - Ceramistas, é um exemplo de como a arte pode impactar a vida dos moradores de uma cidade e trazer à reflexão temas importantes como a preservação das tradições e da cultura indígena.
Em Caraguatatuba, onde a mostra ficará até o final do mês de julho, a arte extrapolou o local da exposição para ganhar as salas de aula.
A partir do 2º semestre, deste ano, a trajetória do ceramista Carlo Cury, idealizador da mostra e profundo estudioso do assunto, será incorporada ao currículo do 1º ano do Ensino Fundamental I, da rede municipal.
Os professores participarão de uma vivência sobre a cultura indígena, onde aprenderão técnicas em cerâmica e grafismos para ensinarem os alunos.
Concluído esse ciclo, a exposição Nativos deixará a cidade praiana rumo à capital paulista, onde será apresentada na Fespsp (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), de 04 de outubro a 11 de novembro.
A professora dos cursos de Biblioteconomia e Ciências da Informação, Tania Callegaro, afirma que ficou impressionada com o trabalho de pesquisa feito pelos artistas do Grupo.
Segundo Callegaro, a exposição mostra as etnias indígenas de uma forma diferente, sem distorções ou estereótipos.

“Eu acredito que através da arte é possível humanizar, revelar, desconstruir e construir esses grupos que não se encaixam nos padrões criados pela sociedade”, explica
.

Os professores da Faculdade também farão uma integração com os artistas para desenvolverem os conteúdos nas salas de aula.
Para o ceramista Carlo Cury é importante que as pessoas percebam a diversidade do estudo e a importância desse material na sociedade.

“Precisamos dar visibilidade à riqueza da cultura indígena, que fica ao alcance de pouquíssimas pessoas, muitas vezes guardado em arquivos de museus", afirma.


Exposição Nativos – Além de Caraguatatuba, a Exposição Nativos já foi apresentada em São José dos Campos, onde durante 4 meses esteve em três lugares diferentes: no Senac, no Espaço de Cultura Chico Triste e no Cine Teatro Benedito Alves, sempre atraindo um grande público.
A mostra, que levou dois anos e meio para ser finalizada, retrata as 305 etnias indígenas existentes no Brasil, mas se aprofunda em 11 delas.
Ao todo a exposição é composta por mais de 50 obras, incluindo peçasde estudos de cerâmicas arqueológicas de duas etnias extintas: Marajoara, da Ilha de Marajó (Pará), e Tapajônica, dos índios Tapajós, que habitavam a região de Santarém desde o período de 1200 a.c, considerada uma das mais belas da pré-história brasileira.
Também estão expostas peças de estudos da etnia Tupi- Guarani, que ainda habita o litoral norte, mas hoje não produzem cerâmicas.
Um dos espaços mais visitados da mostra é “A Grande Maloca”, onde estão reunidas 24 máscaras retratando as nações indígenas.
Cinco ceramistas participaram da exposição: Carlo Cury, Claudia Canova Passos, Lu Chiata, Zandoná e Marilisa Burattini.

"Eu acho importante que esse conteúdo riquíssimo de significados atinja o maior número possível de pessoas, para sensibilizá-las para essa questão. É difícil romper as barreiras que tornam esses grupos invisíveis", disse a ceramista Claudia Canova.





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