Por Isabel Galvanese
"É de manhã. O homem tomou banho, vestiu sua camisa azul, sentou-se no meio do jardim com uma xícara de chá e lá ficou por alguns minutos antes de sair para o trabalho."
Para nós, ocidentais, um belo jardim é uma explosão de cores e formas, organizadas num certo padrão, para que durante o ano todo vejamos flores, frutos e crescimento. Mas, para os japoneses, vai bem além disso. Eles tentam reproduzir a natureza.
Por exemplo, uma montanha é uma pedra, um rio é um espelho d'água, uma cachoeira é uma fonte e um conjunto de plantas é uma floresta. Até o plantio das mudas se faz assimetricamente como se tivessem nascido por acaso e as folhas que caem não são varridas totalmente para que se iguale a natureza. Valorizam as flores que caem sob as árvores ou se enroscam entre as pedras criando uma beleza genuína.
Tudo isso para que o jardim seja um lugar de contemplação e meditação.
Uma amiga me contou que contratou um paisagista japonês. Ele, antes mesmo de acertar o valor do trabalho, passou três dias inteiros sentado olhando o lugar onde faria o jardim. Sem anotar, nem medir, só mesmo contemplando aquele pequeno espaço entre paredes. Ela achou meio esquisito, mas deixou o homem viajar. E, nem preciso dizer, que o jardim ficou lindo! Com poucas plantas bem colocadas, pedras, areia, e uma fonte com barulho d'água. Ela falou que aquele jardim mudou o ritmo da casa e contemplá-lo virou rotina.
O livro que tenho -" A japanese touch for your garden"- Seiki, Kudo, Engel- é para iniciantes nos jardins japoneses. Sugere que vale a pena ter ao menos um cantinho japonês, ou uma inspiração dele, para ter diariamente um momento de contemplação. É um espaço de saúde, e bem estar.
Uma dica importante é que ao desenhar o seu jardim você mergulhe na sua própria sensibilidade e experiência na natureza. E, também ajuda, dar uma volta nas áreas de floresta intocada para se inspirar!
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