Olá,
Desde o lançamento do Livro Encantes, muita gente me pergunta sobre o que me inspira a escrever crônicas, se eu pretendo lançar outros livros e o que eu penso sobre o universo literário no Brasil.
Nesta entrevista, eu falo um pouco sobre isso.
Se você também gosta de ler e escrever, vamos conversar sobre isso?
Um beijo para você.
Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
É um livro de crônicas, com histórias reais que me afetaram de alguma forma e me fizeram refletir sobre a vida.
O livro é dividido em 4 temas: Meu Mundo, Meu Mar, Meu Olhar e Meu Caminhar.
Ao mostrar como algumas situações me afetaram e como eu reagi a elas (nem sempre da melhor forma, diga-se!) a minha intenção é fazer com que outras pessoas passem a olhar para dentro de si, com mais coragem para enfrentar os seus monstros.
Também espero que nessa viagem de autoconhecimento, elas não sejam muito severas e tentem conduzir tudo com mais leveza e até bom humor à medida que reconheçam em mim alguém que também é imperfeita e não sente receio de dizer isso.
Eu acho que grande parte dos problemas do mundo ocorre porque as pessoas estão infelizes perseguindo um ideal de perfeição que não é humano.
É importante quebrar esse círculo sendo honestos sobre nossos sentimentos. É isso que eu tento fazer ao escrever as crônicas.
Não existe um público alvo, agora que o livro foi lançado espero que ele percorra o seu próprio caminho e ultrapasse as barreiras de idade, gênero, classe social... Que o livro seja uma brisa que inspire as pessoas a serem mais verdadeiras com elas mesmas e a não desistirem da felicidade.
Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Eu sou jornalista e durante grande parte da minha vida trabalhei em jornais e rádios até que passei no concurso da Câmara de São Sebastião, em 2009. Um ano depois, em 2010, eu iniciei o Blog Encantes e passei a escrever as minhas crônicas.
No início, o objetivo era apenas tentar compreender os meus próprios sentimentos, as minhas dúvidas e frustrações, eu achava que escrever sobre isso daria algum sentido e me traria compreensão e paz. Isso de fato aconteceu e eu não parei mais de escrever.
Eu vou escrever outros livros, esse é apenas o primeiro. Talvez outro livro de crônicas ou quem sabe um romance.
O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Outro dia eu fui à única livraria da minha cidade para pedir ao proprietário se eu podia deixar o meu livro para vender no local em consignação. Ele concordou, mas antes me respondeu: - Você sabe que está entrando em um ramo muito difícil? Livros quase não vendem!”.
Como se não bastasse esse banho de água fria, ele me mostrou livro de 400 páginas, mais ou menos, e me contou que a escritora tinha começado a vendê-lo pelo preço de R$ 40,00 e agora estava custando R$ 14,90.
Então, o que eu acho de tudo isso? Eu gostaria que essa realidade fosse diferente, mas entendo que num país como o nosso, onde grande parte da população se preocupa apenas em sobreviver ao fim do dia, o livro ainda não seja visto como um item de primeira necessidade.
Entendo, mas não concordo.
O livro, na minha opinião, é um item de primeira necessidade, principalmente quando uma sociedade está em crise, com tantas pessoas sem rumo, solitárias e sem coragem para voltar a sonhar.
Por quê? Porque quem lê nunca está sozinho e, enquanto folheia as páginas, é transportado para lugares distantes que revelam novas formas de viver e servem de inspiração para que possa recomeçar de onde parou ou escolher um novo caminho.
Quem lê nunca perde a Esperança!
Como diz Fernando Pessoa: O homem é do tamanho dos seus sonhos. E tem sonhos que nos fazem sentir gigantes!
Eu acredito que sempre haverá leitores, tenho fé que no futuro serão a grande maioria. Pode ser um sonho, mas e daí? O mundo precisa de sonhadores que ainda acreditem que é possível existir no futuro um país com pessoas melhores e mais felizes.
Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Eu fiquei sabendo da editora através de uma amiga, Isabel Galvanese, que é ilustradora e escritora.
O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Merece ser lido, nem que seja para o leitor refletir e concluir que estou equivocada. De tudo isso, terá sido válida a reflexão. Quantas vezes as pessoas param e refletem sobre o que estão sentindo?
Espero que o leitor ao virar a última página do livro perceba que está diante de uma autora que ainda não está pronta, mas está em construção, que já cometeu muitos erros e alguns acertos, mas possui dentro de si todos os sentimentos do mundo. Uma pessoa comum.
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