A Exposição “A Grande Maloca”, do Grupo Ubuntu, está sendo
apresentada na Casa da Cultura (antiga Sectur), na Rua da Praia, em São
Sebastião, onde permanecerá até o dia 20 de outubro.
Na semana passada, eu fui à abertura da mostra para
prestigiar os meus amigos, Carlo Cury, Cláudia Canovas e Lu Chiata e, claro,
conhecer a exposição que eu só tinha visto por fotos.
São 24 máscaras retratando os povos indígenas: Matis,
Kuikuro, Xavante, Bororo, Wauja, Baniwa, Kaiapó, Yawalapiti, Desana, Potiguara,
Ticuna, Kadiwéu, Kijrin, Karajá, Guarani, Krenak – Botocudo, Umutina, Kamaiurá,
Yanomami, Asurini e Munduruku.
Eu já tinha visto as máscaras por fotos, mas de perto é
muito mais impactante. O Carlo Cury esculpiu cada uma delas, após um minucioso trabalho
de pesquisa e visitas a algumas tribos.
Com isso, a visita à exposição também se torna uma aula sobre
a cultura e costumes dos povos indígenas. Um local para se encantar e aprender.
Enquanto aguardava para entrar na sala, observei que os visitantes andavam em círculo sem perceberem.
À maneira como as obras estão organizadas cria esse
movimento que, se não foi calculado pelos artistas, a meu ver está totalmente
em sintonia com a proposta da exposição.
Um círculo sem começo e nem fim, representando a eternidade e perfeição da vida.
Duas esculturas no centro do círculo, lado a lado, mas viradas
em direções opostas, contribuem para esse movimento circular.
Somos obrigados a
dar uma volta para poder olhá-las de frente.
Uma delas é a Mulher Grávida, da artista Lu Chiata, representando
a vida, e a outra e o Kuarup, do artista Carlo Cury, a recriação de pedaço de madeira
usado no ritual em homenagem aos mortos ilustres, celebrado pelos povos
indígenas do Xingu.
Também no centro estão as esculturas da ceramista Cláudia
Canovas, representando o mundo quase invisível.
No caso da escultura da Mulher Grávida existe uma
curiosidade. Quando foi retirada do forno, ela estava com a base totalmente
quebrada em cacos e foi restaurada à perfeição.
Hoje, é praticamente impossível perceber as marcas, mas como
a artista diz: - Elas não podem ser vistas, mas existem.
E não é assim também conosco? A vida trata de deixar sua
marca em cada um de nós, ninguém passa ileso por ela.
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