quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Todos juntos na “Grande Maloca”



A Exposição “A Grande Maloca”, do Grupo Ubuntu, está sendo apresentada na Casa da Cultura (antiga Sectur), na Rua da Praia, em São Sebastião, onde permanecerá até o dia 20 de outubro.

Na semana passada, eu fui à abertura da mostra para prestigiar os meus amigos, Carlo Cury, Cláudia Canovas e Lu Chiata e, claro, conhecer a exposição que eu só tinha visto por fotos.


São 24 máscaras retratando os povos indígenas: Matis, Kuikuro, Xavante, Bororo, Wauja, Baniwa, Kaiapó, Yawalapiti, Desana, Potiguara, Ticuna, Kadiwéu, Kijrin, Karajá, Guarani, Krenak – Botocudo, Umutina, Kamaiurá, Yanomami, Asurini e Munduruku.
Eu já tinha visto as máscaras por fotos, mas de perto é muito mais impactante. O Carlo Cury esculpiu cada uma delas, após um minucioso trabalho de pesquisa e visitas a algumas tribos.


O resultado são rostos completamente diferentes um do outro, todos com desenhos e ornamentos típicos das tribos.
Com isso, a visita à exposição também se torna uma aula sobre a cultura e costumes dos povos indígenas. Um local para se encantar e aprender.




No dia da abertura, o lugar estava lotado, com muitos jovens e amantes da arte e da cultura.
Enquanto aguardava para entrar na sala, observei que os visitantes andavam em círculo sem perceberem.
À maneira como as obras estão organizadas cria esse movimento que, se não foi calculado pelos artistas, a meu ver está totalmente em sintonia com a proposta da exposição.  
Um círculo sem começo e nem fim, representando a eternidade e perfeição da vida.


Duas esculturas no centro do círculo, lado a lado, mas viradas em direções opostas, contribuem para esse movimento circular. 
Somos obrigados a dar uma volta para poder olhá-las de frente.
Uma delas é a Mulher Grávida, da artista Lu Chiata, representando a vida, e a outra e o Kuarup, do artista Carlo Cury, a recriação de pedaço de madeira usado no ritual em homenagem aos mortos ilustres, celebrado pelos povos indígenas do Xingu.   
Também no centro estão as esculturas da ceramista Cláudia Canovas, representando o mundo quase invisível.


No caso da escultura da Mulher Grávida existe uma curiosidade. Quando foi retirada do forno, ela estava com a base totalmente quebrada em cacos e foi restaurada à perfeição.
Hoje, é praticamente impossível perceber as marcas, mas como a artista diz: - Elas não podem ser vistas, mas existem.  
E não é assim também conosco? A vida trata de deixar sua marca em cada um de nós, ninguém passa ileso por ela.


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