Há cerca de dois meses, eu fui visitar o meu filho que está
morando em Florianópolis.
Fiquei por lá uma semana e, como tinha ido de avião, para
poder me locomover na cidade eu decidi usar os serviços do UBER.
As viagens, a maioria delas, se não todas, serviram para eu
conhecer histórias de vidas de pessoas muito interessantes.
A Ana, por exemplo, antes de ser motorista de UBER,
trabalhava como enfermeira de UTI Neonatal.
Ela me contou que amava o seu trabalho até o dia em que um
lindo bebezinho prematuro e muito doente foi abandonado pela mãe na maternidade.
"Eu acho que ela preferiu não vê-lo por pensar
que assim fosse sofrer menos com a sua morte, por isso foi embora e não voltou”.
Ana, sensibilidade com a situação, me contou que passou a
alimentar o bebê no colo e o cobria de carinhos. Mas, numa dessas ocasiões, o
pequenino deu um suspiro e partiu.
“Eu chorei tanto...”.
Por causa da sua função, Ana precisou engolir o choro,
limpar o bebê e arrumar o corpo para ser sepultado. Ela fez tudo isso e depois
pediu as contas.
Hoje, formada em economia, dirige UBER para conseguir uma renda
maior, mas afirma que não se arrepende.
No dia em que nos conhecemos, Ana estava de casamento
marcado. Era o 2º casamento.
"Casar eu caso
quantas vezes for preciso, mas filhos eu não quero. Não suportaria perder outro
bebê.
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