Um dos museus mais bonitos que eu já visitei foi o Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, sede da presidência da República até 1961, quando a capital federal foi transferida para Brasília.
Além de ficar impressionada com a beleza do prédio, eu não pude deixar de pensar que as decisões tomadas ali causaram grandes impactos no Brasil. Afinal, foi neste lugar que Getúlio Vargas cometeu suicídio.
É um lugar que oferece oportunidade para aprender e refletir sobre o passado, mas também exposições de arte contemporânea.
Eu vou começar a contar um pouco sobre a história do prédio.
Foi fundado no local a Companhia Grande Hotel Internacional, que acabou falindo e indo parar nas mãos do banqueiro e empresário, Francisco de Paula Mayrink.
À época, já tinha sido proclamada a República e a sede do Poder Executivo era o Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro.
Da janela do salão dá para ver o jardim do Palácio.
No 2º andar ficam os salões mais luxuosos. Na época do Barão era aqui que aconteciam as festas e os banquetes e isso não mudou quando o prédio se tornou o Palácio da República.
Depois entrei no Salão Nobre ou Salão de Baile, que relembra a vida social e o luxo da corte.
Nele eram realizadas as principais recepções do Palácio. Um luxo só!
Como sede da Presidência, esse salão continuou sendo o espaço mais nobre. Observe as Armas da República sobre a porta.
Entrei no Salão Pompeano, com decoração imitando as pinturas murais das casas de Pompéia, cidade do império Romano, devastada pela erupção do vulcão.
Durante a República, o teto foi pintado com as Armas Nacionais e as datas históricas: 22/04/1500 (Descobrimento), 07/09/1822 (Independência), 13/05/1888 (Abolição) e 15/11/1889 (República).
O Salão Veneziano (também chamado de Salão Amarelo) era usado como sala de visitas. Na República, o salão foi usado como sala de música e para a realização de saraus.
Consta que, nele, realizou-se o famoso e polêmico sarau com músicas da compositora e maestrina Chiquinha Gonzaga, promovido por D. Nair de Teffé, segunda esposa do presidente Hermes da Fonseca, no qual ela apresentou um novo ritmo, o Corta-jaca, escandalizando a sociedade da época.
O Salão de Banquetes tem sua função definida pela própria decoração.
Foi também utilizado, durante o período em que Getúlio Vargas ocupou o Catete, como um espaço para reuniões ministeriais.
Por fim, entrei no Gabinete do ex-presidente Getúlio Vargas, que foi reproduzido para o filme “Getúlio – Últimos dias”. Lá também fica um pequeno elevador presidencial, mas não pode ser usado.
Antes dele, outro presidente já havia morrido no Palácio, o ex- presidente Afonso Pena, em 1909.
Hoje o quarto está igual como era no dia do suicídio de Getúlio Vargas. Nada foi alterado.
No local está exposto o revólver que ele utilizou para cometer suicídio e o paletó de sede ainda com a mancha de sangue.
Também tem uma cópia da carta escrita por ele pouco antes de morrer, onde conclui:
“Eu vos dei a minha vida. Agora, ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente, dou o primeiro passo no caminho da Eternidade, e saio da vida para entrar para a História”.
Neste clima, ainda impactada pela história, eu fui caminhar pelo jardim do Palácio.
Dali é possível ter uma linda vista do casarão e da estátua de uma águia em cima do telhado.
Quando eu estive lá estava ocorrendo a exposição “A Política dos Memes” e de esculturas do artista plástico, Melvin Edwards.
Barão de Nova Friburgo e a esposa |
O Palácio do Catete foi construído pelo Barão de Nova Friburgo, entre 1858 e 1867.
Ele queria impressionar a Corte Portuguesa e para isso decidiu construir o prédio mais bonito da cidade. Apesar de ser um homem muito rico, o Barão era um português de origem humilde e queria a todo custo se firmar diante da família real.
Escadaria que leva ao segundo andar, com as paredes luxuosamente decoradas |
Decoração do teto do salão no térreo, com o lindo candelabro de ferro |
O projeto de construção do prédio foi inspirado nos palácios renascentistas de Florença e Veneza. O resultado ficou tão bom que ganhou a Medalha de Prata da Exposição de Belas Artes, em 1862.
Após o falecimento do Barão e da Baronesa, o filho deles, Antônio Clemente Pinto Filho, o Conde de São Clemente, vendeu o imóvel para um grupo de investidores.
Conde de São Clemente e a esposa |
Foi fundado no local a Companhia Grande Hotel Internacional, que acabou falindo e indo parar nas mãos do banqueiro e empresário, Francisco de Paula Mayrink.
À época, já tinha sido proclamada a República e a sede do Poder Executivo era o Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro.
Foto do Marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente do Brasil, exposta no Palácio do Catete |
Mas, em 1897, o presidente Prudente de Morais adoeceu e, ao assumir o governo, o vice-presidente, Manuel Vitorino, adquiriu o Palácio e ali instalou a sede do governo. Espertinho, né?
A decoração do Palácio do Catete está igual à época em que era a sede da presidência da República.
No térreo está o Salão Ministerial, onde o presidente se reunia com seus ministros.
Lá fica a cadeira usada pelo presidente Prudente de Moraes, durante a Assembléia Constituinte, em 1891.
Da janela do salão dá para ver o jardim do Palácio.
No 2º andar ficam os salões mais luxuosos. Na época do Barão era aqui que aconteciam as festas e os banquetes e isso não mudou quando o prédio se tornou o Palácio da República.
Primeiro eu entrei na Capela, que era o local de recolhimento e oração dos moradores do Palácio.
No período republicano, só foi usada como capela no casamento da filha do presidente Rodrigues Alves e no velório do presidente Afonso Pena.
Em seguida, visitei o Salão Francês, também chamado de Salão Azul, que servia de refúgio e apoio às recepções oferecidas no Palácio.
Depois entrei no Salão Nobre ou Salão de Baile, que relembra a vida social e o luxo da corte.
Nele eram realizadas as principais recepções do Palácio. Um luxo só!
Como sede da Presidência, esse salão continuou sendo o espaço mais nobre. Observe as Armas da República sobre a porta.
Entrei no Salão Pompeano, com decoração imitando as pinturas murais das casas de Pompéia, cidade do império Romano, devastada pela erupção do vulcão.
Durante a República, o teto foi pintado com as Armas Nacionais e as datas históricas: 22/04/1500 (Descobrimento), 07/09/1822 (Independência), 13/05/1888 (Abolição) e 15/11/1889 (República).
O Salão Veneziano (também chamado de Salão Amarelo) era usado como sala de visitas. Na República, o salão foi usado como sala de música e para a realização de saraus.
Consta que, nele, realizou-se o famoso e polêmico sarau com músicas da compositora e maestrina Chiquinha Gonzaga, promovido por D. Nair de Teffé, segunda esposa do presidente Hermes da Fonseca, no qual ela apresentou um novo ritmo, o Corta-jaca, escandalizando a sociedade da época.
Discurso de Rui Barbosa sobre o Corta-jaca de Chiquinha Gonzaga, lido por Mário Lago
O Salão Mourisco, com decoração inspirada na arte islâmica, era um local masculino, usado como sala de jogos e de fumar.
O Salão de Banquetes tem sua função definida pela própria decoração.
Foi também utilizado, durante o período em que Getúlio Vargas ocupou o Catete, como um espaço para reuniões ministeriais.
Por fim, entrei no Gabinete do ex-presidente Getúlio Vargas, que foi reproduzido para o filme “Getúlio – Últimos dias”. Lá também fica um pequeno elevador presidencial, mas não pode ser usado.
Então, após atravessar a galeria com lindos vitrais...
Eu subi as escadas até o 3º andar e cheguei aos aposentos privados da família do barão de Nova Friburgo e, mais tarde, das famílias dos presidentes.
Eu estava prestes a conhecer o quarto onde o ex- presidente Getúlio Vargas cometeu suicídio, em 24 de agosto de 1954.
A família do ex- presidente residiu por poucos períodos no Palácio do Catete, entre 1930 e 1945.
No entanto, após retornar ao poder em 1951, Vargas decidiu se instalar aqui com toda família.
No entanto, após retornar ao poder em 1951, Vargas decidiu se instalar aqui com toda família.
Antes dele, outro presidente já havia morrido no Palácio, o ex- presidente Afonso Pena, em 1909.
Hoje o quarto está igual como era no dia do suicídio de Getúlio Vargas. Nada foi alterado.
No local está exposto o revólver que ele utilizou para cometer suicídio e o paletó de sede ainda com a mancha de sangue.
Também tem uma cópia da carta escrita por ele pouco antes de morrer, onde conclui:
“Eu vos dei a minha vida. Agora, ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente, dou o primeiro passo no caminho da Eternidade, e saio da vida para entrar para a História”.
Neste clima, ainda impactada pela história, eu fui caminhar pelo jardim do Palácio.
Dali é possível ter uma linda vista do casarão e da estátua de uma águia em cima do telhado.
É um lugar calmo e muito bonito, com a rua central cercada pelas palmeiras imperiais. Muitas pessoas sentam por ali para descansar à sombra das árvores ou perto do lago.
Hoje, ali tem uma lanchonete e um cinema com uma programação muito bacana e atualizada.
Além de contar a história da República, o Museu abriga outras exposições.
Quando eu estive lá estava ocorrendo a exposição “A Política dos Memes” e de esculturas do artista plástico, Melvin Edwards.
Quando estiver no Rio de Janeiro vá conhecer o Museu da República, no Palácio do Catete. A estação de metrô Catete fica em frente ao prédio. A entrada é gratuita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário