Nesta semana, eu fui até a casa dos meus pais de bicicleta.
Quando minha mãe abriu o portão, eu vi os olhos surpresos dela.
Menos pela minha visita, mais por causa da minha nova companheira: a bicicleta.
Fingi que não ouvi quando ela disse, com um ar meio irônico: - Agora você está fitness?
Eu dei um sorriso, entrei e passamos bons momentos conversando e dando risadas.
Logo o meu pai se juntou a nós, atraído pelo tom animado das nossas vozes e viramos um trio.
Como é bom ser amiga dos pais e ainda assim continuar sendo filha. Aliás, muito melhor ser filha.
Neste dia, quando nos despedimos e eu já estava quase na rua, com a bicicleta a tiracolo, minha mãe adotou o tom de voz que exige atenção e disse:
- Filha, você nunca foi boa andando de bicicleta, assim como eu.
Nessa hora, pensei em responder no mesmo tom:
- Você está errada, eu sou nunca caí de bicicleta. Eu sou boa nisso, sim.
Mas, algo me fez calar (será que é isso que chamam de maturidade?) e deixei que ela continuasse:
- Bicicleta é perigoso e, nesta época, os motoristas de carro dirigem como loucos. Tome cuidado!
Como foi bom ter esperado ela concluir a frase, sem cortá-la. Achei super meigo ela se preocupar comigo nesta fase da minha vida.
Eu já estou com 45 anos, tenho uma filha que acabou de se formar na Faculdade de Direito e um garotão de 20 anos que está voando alto.
E a minha mãe ainda se preocupa comigo, como se eu ainda fosse a sua garotinha aprendendo a andar de bicicleta.
Como mãe, eu posso me colocar no lugar dela e imaginar como o coração da minha mãe devia estar apertado de angústia, imaginando tudo de pior que poderia acontecer com a sua filha tão indefesa.
Engraçado como o cérebro das mães consegue imaginar os piores dos mundos quando se trata dos filhos.
Lembrei das vezes que eu agi com os meus filhos da mesma forma que a minha mãe agia comigo.
Um dia quem sabe eles lembrarão disso com alegria.
Quando se é jovem, o tempo parece ser curto demais para ficar ouvindo conselhos, mesmo quando vem direto do coração de alguém que nos ama de verdade.
Antes de sair pedalando para a casa, ouvi tudo o que a minha mãe tinha para me dizer e tratei de acalmá-la.
- Não se preocupe, eu estou de capacete e prometo atravessar na faixa de pedestre e só andar na ciclofaixa.
- Mas, os motoristas de carro são loucos!
(Ela esquece que é motorista de carro e não é louca, pensei, mas não falei).
Respondi:
- Mãe, a vida é cheia de perigos, mas precisamos vivê-la assim mesmo. Quando eu chegar em casa, te mando uma mensagem.
Meia hora depois cheguei em casa. Segura, suada e feliz.
Não precisei enviar mensagem para minha mãe, ela ligou antes.
Como é bom ser filha da minha mãe.
Logo o meu pai se juntou a nós, atraído pelo tom animado das nossas vozes e viramos um trio.
Como é bom ser amiga dos pais e ainda assim continuar sendo filha. Aliás, muito melhor ser filha.
Neste dia, quando nos despedimos e eu já estava quase na rua, com a bicicleta a tiracolo, minha mãe adotou o tom de voz que exige atenção e disse:
- Filha, você nunca foi boa andando de bicicleta, assim como eu.
Nessa hora, pensei em responder no mesmo tom:
- Você está errada, eu sou nunca caí de bicicleta. Eu sou boa nisso, sim.
Mas, algo me fez calar (será que é isso que chamam de maturidade?) e deixei que ela continuasse:
- Bicicleta é perigoso e, nesta época, os motoristas de carro dirigem como loucos. Tome cuidado!
Como foi bom ter esperado ela concluir a frase, sem cortá-la. Achei super meigo ela se preocupar comigo nesta fase da minha vida.
Eu já estou com 45 anos, tenho uma filha que acabou de se formar na Faculdade de Direito e um garotão de 20 anos que está voando alto.
E a minha mãe ainda se preocupa comigo, como se eu ainda fosse a sua garotinha aprendendo a andar de bicicleta.
Como mãe, eu posso me colocar no lugar dela e imaginar como o coração da minha mãe devia estar apertado de angústia, imaginando tudo de pior que poderia acontecer com a sua filha tão indefesa.
Engraçado como o cérebro das mães consegue imaginar os piores dos mundos quando se trata dos filhos.
Lembrei das vezes que eu agi com os meus filhos da mesma forma que a minha mãe agia comigo.
Um dia quem sabe eles lembrarão disso com alegria.
Quando se é jovem, o tempo parece ser curto demais para ficar ouvindo conselhos, mesmo quando vem direto do coração de alguém que nos ama de verdade.
Antes de sair pedalando para a casa, ouvi tudo o que a minha mãe tinha para me dizer e tratei de acalmá-la.
- Não se preocupe, eu estou de capacete e prometo atravessar na faixa de pedestre e só andar na ciclofaixa.
- Mas, os motoristas de carro são loucos!
(Ela esquece que é motorista de carro e não é louca, pensei, mas não falei).
Respondi:
- Mãe, a vida é cheia de perigos, mas precisamos vivê-la assim mesmo. Quando eu chegar em casa, te mando uma mensagem.
Meia hora depois cheguei em casa. Segura, suada e feliz.
Não precisei enviar mensagem para minha mãe, ela ligou antes.
Como é bom ser filha da minha mãe.
maravilha a crônica e maravilhoso a mensagem e realmente é muito bom ser filha e se sentir filha.
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