O livro que eu estou lendo agora se chama “A Idade do Serrote”, de Murilo Mendes, publicado pela 1ª vez, em 1968, pela editora Sabiá.
A editora Sabiá, para quem não sabe, pertenceu aos escritores Fernando Sabino e Rubem Braga. Alguns anos depois, ela foi comprada pela Livraria José Olympio Editora.
Mas, voltando ao livro...
Eu comprei o livro “A idade do serrote” na Estante Virtual. A capa do livro foi criada pelo pintor Farnese de Andrade.
Para compor a arte da capa, o artista empilhou alguns objetos estranhos, como um velho tinteiro de cristal, com bolinhas de vidro, e no alto colocou uma cabeça de boneco de plástico.
O resultado é um objeto com formato fálico, de um jeito surreal.
Durante a minha pesquisa, eu descobri que o autor do livro, Murilo Mendes, não gostou da capa o livro.
Em carta de 20 de fevereiro de 1971, endereçada ao editor Daniel Pereira, da José Olympio, ele revelou que não foi consultado e não aprovou a arte.
Quando foi questionado porque aceitou a situação sem reclamar, ele justificou: - “Os sabiás são velhos camaradas”.
Em 2018, 50 anos depois, a polêmica sobre a capa do livro “A idade do serrote” voltou à tona com a Exposição “Farnese: Pintura. Gravura. Objeto, que ficou em cartaz no Museu de Arte Murilo Mendes.
Polêmicas a parte, eu gostei muito da capa.
Sobre o livro...
É composto por diversas histórias curtas, que revelam os personagens e os lugares que marcaram sua infância do escritor: Tio Chicó, Padre Antonio Maria, Dona Coló, Isidoro da Flauta e tantos outros.
A escrita é uma delícia, traz expressões da época e o tom lembra uma prosa poética, mas na medida.
Vou contar um pouco sobre o autor: Murilo Mendes nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 1901, e recebeu a revelação da poesia na noite da passagem do cometa Halley pelo céu do Brasil.
Bem, pelo menos, é isso o que está escrito no prefácio do livro “A idade do Serrote”.
É um livro encantador, eu super recomendo.
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